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Exoesqueletos deixam de ser ficção científica e estão chegando ao mercado

Por| 03 de Março de 2020 às 17h25

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Sarcos
Sarcos

O conceito de exoesqueletos já existe faz tempo na ficção científica e ficou especialmente mais popular depois dos filmes de James Cameron, como Aliens — O Resgate e Avatar. A ideia é reproduzir os movimentos do corpo humano em uma carcaça metálica vestível que pode ser equipada para fazer o trabalho pesado para os humanos. E, com a tecnologia disponível atualmente, o mercado tem recebido modelos muito semelhantes.

A empresa de robótica norte-americana Sarcos exibiu a versão alfa do seu exoesqueleto Guardian XO no início deste ano, na Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas, em parceria com a Delta Air Lines, que começou a testá-lo neste primeiro trimestre. De acordo com a Sarcos, outras empresas privadas e entidades governamentais começaram a fazer o mesmo experimento e o feedback dessas experiências será usado para o início da produção comercial, no quarto trimestre.

O Guardian XO foi originalmente financiado pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA, na sigla em inglês), que costuma encomendar novas tecnologias para uso militar. “Eles queriam soluções para permitir que os soldados carregassem mais peso nas costas. Os soldados carregavam 30 quilos nas costas e caminhavam por até oito horas”, afirma o presidente e CEO de Sarcos, Ben Wolff.

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Os primeiros protótipos produzidos no início dos anos 2000 foram hidráulicos, exigindo equipamentos volumosos e toneladas de energia. O primeiro usou cerca de 6.800 watts hora, o que é uma enorme quantidade. Dez anos depois, a empresa reduziu esse número pela metade, e, como as peças ficaram menores e mais eficientes, o Guardian XO passou da operação hidráulica para a elétrica.

Graças a essas mudanças, o exoesqueleto agora usa aproximadamente 500 watts phora, mesmo quando está se movendo a toda velocidade e carregando muito peso. Os operadores podem trocar baterias recarregáveis em tempo real e, em seguida, carregar a unidade inteira em sua estação no final do dia, como qualquer dispositivo.

Como um corpo humano, mas mais forte

A versão lançada na CES pode levantar até 90 quilos e o usuário pode ser mover com o maquinário a quaser 5 km/h. A ideia do Guardian XO não aborda exatamente uma força sobre-humana, mas sim a manipulação de objetos com mais delicadeza — ou seja, com ele é possível simular a mesma maneira que você pegaria, algo, mas sem que você fique cansado ou machuque sua pele, articulações e músculos.

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Além do equipamento de elevação, o XO possui pode capturar e analisar os dados por meio de 125 sensores. "Podemos rastrear praticamente todas as partes móveis do processo em tempo real", diz o CEO Sean Wolff. Nas versões futuras, ele planeja adicionar mais componentes para coletar informações sobre o ambiente operacional e dados técnicos para diagnóstico.

Vale destacar que o monitoramento do ambiente é muito importante quando há uma pessoa dentro do equipamento. Enquanto um robô controlado remotamente não se importa a má qualidade do ar, por exemplo, uma pessoa pode sofrer consequências com isso. E a grande vantagem de ter um humano em seu interior, segundo a Sarcos, é o tempo de reação. "Nós, humanos, podemos apreciar o ambiente e o local da tarefa. O julgamento e tempo de resposta serão mais rápidos se você estiver lá, presencialmente”, comenta Wolff.

Versões mais compactas estão a caminho

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Embora os XOs que entrarem em produção no final deste ano sejam enviados para clientes industriais, a Sarco atualmente pensa em versões menores para um futuro breve. "Nem todas as tarefas exigem levantamento de 90 quilos. Talvez a necessidade seja de um traje que levante apenas 45 quilos, o que poderia ser muito mais leve e mais eficiente em termos de energia”, projeta Wolff.

E a possibilidade de usarmos exoesqueletos compactos para poupar os esforços de nosso corpo não é algo tão distante assim, especialmente neste momento, em que vemos os componentes e baterias ficarem cada vez menores. Outras empresas, como a Samsung, já vêm exibindo soluções diferentes, direcionadas a partes específicas, como um equipamento para as pernas, para auxiliar em exercícios físicos na simulação de uma caminhada.

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Muita coisa que vimos no passado, em histórias do futuro da ficção científica, estão mais próximas de nosso presente do que imaginamos.

Fonte: PopSci