Drones do futuro podem ficar cada vez mais parecidos com libélulas
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |
Trezentos milhões de anos de aprimoramento até chegar ao design perfeito: essas são as libélulas. E cientistas da Universidade de South Australia, na terra do canguru, querem aproveitar todo esse know how aerodinâmico para criar drones inspirados nesses insetos voadores.
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A capacidade natural desse inseto em pairar no ar e realizar movimentos e acrobacias durante o voo chamou a atenção dos pesquisadores. Eles passaram boa parte do período de isolamento social projetando as peças que seriam usadas na fabricação do protótipo.
Depois de meses resolvendo fórmulas matemáticas, digitalizando fotos dos insetos em alta resolução e criando modelos em impressoras 3D, o resultado surpreendeu.
Naturalmente perfeitas
As libélulas são insetos excepcionais, que voam em alta velocidade e conseguem virar rapidamente, além de decolar carregando mais de três vezes o peso do próprio corpo.
"Esses insetos são extremamente eficientes em todas as áreas do voo. A vida deles dura no máximo seis meses e suas habilidades de voo evoluíram ao longo de milhões de anos para garantir a sobrevivência”, diz o professor Javaan Chahl.
Toda essa capacidade de se manter no ar também faz da libélula um predador implacável, que consegue perseguir e capturar suas presas em voos rasantes, com uma taxa de 95% de sucesso.
Difíceis de copiar
Para chegar ao design perfeito, os pesquisadores fotografaram a geometria das asas de 75 espécies diferentes de libélulas. Como é muito difícil capturar esses insetos sem danificar sua estrutura corporal, as imagens foram feitas em vitrines expostas em museus.
Depois de coletar centenas de fotos em alta resolução, os moldes foram feitos em três dimensões para que os cientistas pudessem comparar as diferenças e semelhanças entre cada uma das espécies.
"As asas da libélula são longas, leves e rígidas com uma alta taxa de sustentação e arrasto, o que lhes confere desempenho aerodinâmico muito superior quando comparadas com outros insetos”, explica o professor Chahl.
Além do desenho das asas, os pesquisadores observaram que o abdômen longo da libélula auxilia no equilíbrio, estabilidade e capacidade de manobrar em pleno voo.
Enxame de drones
A ideia dos inventores agora é aperfeiçoar o protótipo para que ele seja capaz de voar em bandos de forma autônoma. Sensores podem ser instalados para dar noção de espaço e direção aos drones-libélulas.
No futuro, os cientistas também pretendem equalizar o tamanho do equipamento para que, em vez de uma libélula, as pessoas não confundam o drone com um morcego cibernético voando por aí.
“Quando estiverem prontos, os drones podem ser usados para fazer muitos trabalhos, como coletar e entregar cargas desajeitadas, operar com segurança perto de pessoas, explorar ambientes naturais delicados e executar longas missões de vigilância", completa o professor Chahl.
Você gostaria que sua próxima encomenda fosse entregue por um drone parecido com uma libélula ou outro inseto qualquer?
Fonte: UniSA