Cobra-robô consegue nadar com precisão mesmo em condições extremas
Por Gustavo Minari | Editado por Douglas Ciriaco | 16 de Abril de 2021 às 07h30
Robôs inspirados em animais têm se tornado cada vez mais comuns com os avanços da tecnologia. Aparentemente, nada melhor do que copiar milhões de anos de evolução para encontrar o design perfeito para as máquinas. Agora, cientistas da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, criaram um androide que parece uma cobra e, além de rastejar, é também um excelente nadador.
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A HUMRS, sigla em inglês para Cobra-Robô Modular Rígida Subaquática, começou a ser desenvolvida em julho do ano passado. Primeiro os engenheiros adaptaram módulos de projetos anteriores para que eles ficassem resistentes à água. Depois, adicionaram turbinas e propulsores para que a HUMRS pudesse nadar.
"A característica distintiva é o formato e a flexibilidade do robô. A cobra-robô é estreita e articulada e o resultado final é um androide subaquático que pode se espremer nos cantos e em pequenos espaços onde os submersíveis comuns não podem entrar”, explica o engenheiro Nate Shoemaker-Trejo.
Quem vai querer?
O projeto tem o objetivo de auxiliar ao Departamento de Defesa dos EUA na inspeção de navios, submarinos e outros equipamentos subaquáticos na busca por possíveis danos estruturais.
Atualmente, quando os militares precisam realizar tarefas como verificar a integridade do casco de uma embarcação, é necessário enviar uma equipe de mergulhadores e esperar que o navio chegue ao porto para fazer a manutenção.
Uma cobra-robô poderia facilitar esse trabalho ao fazer a inspeção em alto mar e enviar os dados para a tripulação em tempo real, alertando sobre possíveis perigos. “Se eles conseguirem obter essas informações antes que o navio chegue a um porto doméstico ou a uma doca seca, isso economiza semanas ou meses em um cronograma de manutenção e, é claro, muito dinheiro", disse o gerente do Instituto ARM que financia o projeto, Matt Fischer.
Fora do serviço militar
Além das forças armadas, a cobra-robô poderia usar todo seu gingado para inspecionar tubulações submarinas em busca de possíveis danos e bloqueios. Nas plataformas de petróleo, onde os riscos para os mergulhadores são enormes, ela seria muito bem-vinda para detectar vazamentos e rachaduras em tanques cheios de líquidos, já que, além da mobilidadade, ela também possui sensores em suas extremidades.
“O design modular do robô permite que ele se adapte a diferentes tarefas, seja se espremer em espaços apertados sob os escombros, subir em uma árvore ou deslizar entre os restos de um navio naufragado”, completa o engenheiro Shoemaker-Trejo.
Em breve, um robô que nada e rasteja feito uma cobra pode ajudar a preservar vidas humanas, indo a locais extremamente perigosos para resolver problemas ou coletar informações.
O que você acha dos robôs inspirados no reino animal? Além de ajudar em tarefas perigosas, eles também seriam ótimos bichinhos cibernéticos de estimação? Comente.
Fonte: Carnegie Mellon University