Cobra-robô consegue nadar com precisão mesmo em condições extremas
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |

Robôs inspirados em animais têm se tornado cada vez mais comuns com os avanços da tecnologia. Aparentemente, nada melhor do que copiar milhões de anos de evolução para encontrar o design perfeito para as máquinas. Agora, cientistas da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, criaram um androide que parece uma cobra e, além de rastejar, é também um excelente nadador.
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A HUMRS, sigla em inglês para Cobra-Robô Modular Rígida Subaquática, começou a ser desenvolvida em julho do ano passado. Primeiro os engenheiros adaptaram módulos de projetos anteriores para que eles ficassem resistentes à água. Depois, adicionaram turbinas e propulsores para que a HUMRS pudesse nadar.
"A característica distintiva é o formato e a flexibilidade do robô. A cobra-robô é estreita e articulada e o resultado final é um androide subaquático que pode se espremer nos cantos e em pequenos espaços onde os submersíveis comuns não podem entrar”, explica o engenheiro Nate Shoemaker-Trejo.
Quem vai querer?
O projeto tem o objetivo de auxiliar ao Departamento de Defesa dos EUA na inspeção de navios, submarinos e outros equipamentos subaquáticos na busca por possíveis danos estruturais.
Atualmente, quando os militares precisam realizar tarefas como verificar a integridade do casco de uma embarcação, é necessário enviar uma equipe de mergulhadores e esperar que o navio chegue ao porto para fazer a manutenção.
Uma cobra-robô poderia facilitar esse trabalho ao fazer a inspeção em alto mar e enviar os dados para a tripulação em tempo real, alertando sobre possíveis perigos. “Se eles conseguirem obter essas informações antes que o navio chegue a um porto doméstico ou a uma doca seca, isso economiza semanas ou meses em um cronograma de manutenção e, é claro, muito dinheiro", disse o gerente do Instituto ARM que financia o projeto, Matt Fischer.
Fora do serviço militar
Além das forças armadas, a cobra-robô poderia usar todo seu gingado para inspecionar tubulações submarinas em busca de possíveis danos e bloqueios. Nas plataformas de petróleo, onde os riscos para os mergulhadores são enormes, ela seria muito bem-vinda para detectar vazamentos e rachaduras em tanques cheios de líquidos, já que, além da mobilidadade, ela também possui sensores em suas extremidades.
“O design modular do robô permite que ele se adapte a diferentes tarefas, seja se espremer em espaços apertados sob os escombros, subir em uma árvore ou deslizar entre os restos de um navio naufragado”, completa o engenheiro Shoemaker-Trejo.
Em breve, um robô que nada e rasteja feito uma cobra pode ajudar a preservar vidas humanas, indo a locais extremamente perigosos para resolver problemas ou coletar informações.
O que você acha dos robôs inspirados no reino animal? Além de ajudar em tarefas perigosas, eles também seriam ótimos bichinhos cibernéticos de estimação? Comente.
Fonte: Carnegie Mellon University