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Cientista começa a virar ciborgue para não morrer de doença terminal

Por| 22 de Novembro de 2019 às 17h20

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scott morgan
scott morgan

O Dr. Peter Bowan Scott-Morgan, cientista britânico conhecido por importantes trabalhos na área da robótica, foi diagnosticado em 2017 com uma doença do neurônio motor (MND, na sigla inglesa), que afeta os neurônios motores e compromete a fala, o caminhar, a respiração, a deglutição e o movimento geral do corpo — como a esclerose lateral amiotrófica. Com esse diagnóstico, os médicos lhe deram apenas mais dois anos de vida.

Bem, como Peter é considerado um “cientista brilhante”, ele fez o que a gente costuma ver em histórias em quadrinhos: recusou-se a aceitar esse destino e, em parceria com a Intel e a DXC Technology, decidiu inventar um projeto de alta tecnologia tratar de casos de deficiência extrema. E assim deve nascer, segundo ele mesmo, “o organismo cibernético humano mais avançado já criado em 13,8 bilhões de anos”. Ele mesmo será a “cobaia”, tornando-se uma mescla de homem com máquina.

O processo incluiu uma série de operações para inserir um tubo de alimentação diretamente no estômago, um cateter na bexiga e uma bolsa de colostomia no cólon, para que ele possa lidar com questões de alimentação e de higiene. Peter também foi submetido a uma laringectomia, para evitar o risco adicional de a saliva entrar nos pulmões — ele disse que, assim, estaria trocando sua voz natural por “potencialmente, décadas de vida".

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Peter controla computadores com os olhos

O cientista agora possui fala sintética e desenvolveu uma “avatar realista do rosto”, projetado para responder usando linguagem corporal artificialmente inteligente — embora ainda não tenha sido mostrado como isso exatamente funciona.

Peter realizou uma cirurgia ocular a laser, que permite visão perfeita a 70 centímetros da tela do computador. Isso permite que ele possa controlar múltiplos computadores com o movimento dos olhos. Além disso, sua cadeira de rodas é ágil e usa um mecanismo que consegue deixá-lo de pé, sentado ou deitado.

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“Não estou morrendo, estou me transformando”

Essas foram as palavras de Peter, após realizar todas essas operações e implantar o sistema de comunicação. Ele até brincou, dizendo que ainda tem “mais atualizações em desenvolvimento do que a Microsoft”. O cientista acredita que esse projeto pode ser o primeiro de vários outros que poderão estender a vida das pessoas. "Com o tempo, mais e mais pessoas diagnosticadas com MND, extrema incapacidade ou que estejam velhas e queiram simplesmente se libertar da ‘camisa de força física’ escolherão ficar ao meu lado. E ficaremos orgulhosos ... porque nos recusamos simplesmente a 'permanecer vivos'”, escreveu, no blog onde registra todas as fases dessa transformação.

Ao lado do marido, Francis, Peter vem pressionando parlamentares para conseguir verba para sua campanha, chamada “Direito de prosperar”, para pessoas com MND. Segundo ele, menos de 1% dos diagnosticados com a doença recebe o que chama de “combinação salva-vidas”: uma máquina ligada à garganta, que ajuda a tossir e limpar os pulmões. "Precisamos fazer um barulho maior do que o clamor para os negócios ou o Brexit. Por muito tempo, a voz do MND tem sido amplamente desconhecida”, completou.

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Fonte: The Independent, Scott Morgan