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Resultados financeiros da Apple decepcionam e preço dos iPhones pode cair

Por| 29 de Janeiro de 2019 às 22h25

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Kevork Djansezian/Getty Images
Kevork Djansezian/Getty Images
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Depois de deixar seus acionistas preocupados no final do ano passado ao fazer um corte histórico nas suas expectativas de vendas para o primeiro trimestre fiscal de 2019 (composto pelo período entre outubro e dezembro de 2018), a Apple revelou em seu relatório final do período a arrecadação de U$ 84,3 bilhões em rendimentos, um valor dentro da faixa esperada pelos analistas depois do anúncio da diminuição das expectativas. Ainda assim, o valor preocupa por mostrar uma queda em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a Maçã fechou com uma receita de U$ 88,3 bilhões.

De acordo com o relatório, U$ 51,98 bilhões deste valor foram provenientes da venda de iPhones, U$ 7,41 bilhões da venda de Macs, U$ 6,72 bilhões da venda de iPads, U$ 10,78 bilhões provenientes de serviços fornecidos pela Apple e U$ 7,30 bilhões das vendas de acessórios e vestíveis da empresa.

Mas, ainda que as vendas da companhia tenham sido menores do que o esperadas — quando da divulgação do relatório do trimestre anterior, a expectativa inicial para este era de um rendimento entre U$ 89 bilhões e U$ 93 bilhões —, ao menos há uma notícia positiva: o número de usuários de iPhones continuou em crescimento, atingindo o marco de 1,4 bilhão de usuários (no começo de 2018, esse número era de 1,3 bilhão).

Apesar do aumento da base de usuários, as receitas obtidas com a venda de iPhones foram as únicas que sofreram quedas em relação ao mesmo período do ano passado (passando de U$ 61,10 bilhões no primeiro trimestre fiscal de 2018 para U$ 51,98 bilhões em 2019), e todas as outras divisões da empresa (iPads, Macs, acessórios, vestíveis e serviços) tiveram um pequeno aumento das receitas em relação ao ano passado. A principal justificativa para essa queda nas vendas do iPhone é, além da crise econômica na China que atingiu toda a indústria de tecnologia, o fato de a linha mais recente de iPhones não ter trazido tantas novidades como de costume, e a empresa culpa o programa de troca de baterias com desconto para iPhones mais antigos como o principal causador dessa “falta de novidades”.

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Essa queda dos iPhones em comparação às outras divisões da empresa é bastante notável: enquanto todos os outros serviços tiveram um crescimento médio combinado de 19% em comparação com o mesmo período do ano passado, a venda de iPhones caiu em 15%. Os maiores crescimentos foram no setor de vestíveis e acessórios, que cresceu 33% em comparação ao mesmo período do ano passado, além da parte de serviços (19%) e das vendas de iPads (17%).

Revisão da política de preços

Apesar de não culpar diretamente os altos preços dos novos iPhones pela queda das vendas, é notável que os preços baseados em dólar têm feito a companhia perder terreno em países emergentes (como o Brasil) e em mercados em crise (como a China em 2018), pois com a desvalorização da moeda local em relação ao dólar, os aparelhos da empresa (que já não são baratos) se tornam ainda mais caros.

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Assim, essa queda na venda de iPhones pode ser uma boa notícia para o consumidor brasileiro, pois Tim Cook afirmou em entrevista para a Reuters que a empresa pretende começar a estudar os mercados internacionais de modo específico e lançar seus produtos a preços que estejam de acordo com as particularidades de cada um deles, ao invés de simplesmente fazer a conversão do dólar. Com isso, é esperado um aumento no número de iPhones vendidos nessas regiões após a revisão dos valores no varejo local.

Contudo, apesar da possível boa notícia para o consumidor, essa mudança nos preços não deve acontecer tão cedo, já que a expectativa da Apple para o seu segundo trimestre fiscal é de mais uma queda nas vendas e nas margens de lucro da empresa, avaliando que deve fechar o próximo período (entre janeiro e março de 2019) com receita entre U$ 55 bilhões e U$ 59 bilhões (pouco abaixo dos U$ 61 bilhões obtidos no mesmo período em 2018) e com uma margem de lucro entre 37% e 38% (também ligeiramente abaixo dos 38,5% usuais), informação que deverá refletir na queda do valor das ações da empresa nos próximos dias.

Fonte: Venture Beat, The Verge, TechCrunch