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Em meio à pandemia, ganhos do Zoom disparam em seu último balanço trimestral

Por| 03 de Junho de 2020 às 12h30

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Matheus Bigogno/Canaltech
Matheus Bigogno/Canaltech

A Zoom divulgou na última terça-feira (02) seus resultados financeiros referente ao primeiro trimestre de 2021. E, meio à pandemia da COVID-19, com o uso de suas ferramentas de videoconferência disparando, a empresa apresentou números que superaram as expectativas dos analistas de Wall Street.

Em números gerais, a Zoom registrou uma receita de US$ 328 milhões, 61% a mais (US$ 203 milhões) do que o esperado pelo mercado e 169% maior em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já o seu lucro por ação foi de US$ 0,09, 800% maior do que a previsão dos analistas (US$0,01). Além disso, o número de clientes da empresa que pagam US$ 100 mil anuais por seus serviços de videoconferência aumentou em 90% no ano a ano. E, para completar, a companhia registrou 265.400 empresas com mais de 10 funcionários que utilizam suas soluções, um crescimento de 354%.

É inegável que a Zoom tenha se beneficiado da pandemia, que obrigou muitas pessoas a trabalhar e/ou estudar em regime de home office e usar suas soluções de videoconferência para se comunicar e fazer reuniões. No entanto, a própria empresa espera uma rotatividade maior de clientes no segundo semestre, principalmente entre os usuários que optaram por pagar assinaturas mensais da plataforma. Dentro dessa categoria, é provável que sejam clientes que voltarão a trabalhar em seus escritórios ainda este ano.

Entre dezembro do ano passado até abril, a plataforma registrou um crescimento de incríveis 2.900% pulando de 10 milhões para mais de 200 milhões de usuários, entre empresas e “civis”. Além disso, a companhia registra, atualmente, mais de 300 milhões de chamadas diárias. Graças à sua facilidade de uso e às sessões gratuitas de bate-papo de 40 minutos, a Zoom rapidamente se tornou a plataforma de bate-papo de fato para pessoas em todo o mundo.

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“Ficamos lisonjeados com a adoção acelerada da plataforma Zoom em todo planeta no primeiro trimestre. A crise do COVID-19 gerou uma maior demanda por produtos distribuídos, interações cara-a-cara e colaboração usando o Zoom. Os casos de uso cresceram rapidamente, à medida que as pessoas integravam o Zoom em seu trabalho, aprendizado e vidas ”, afirmou Eric S. Yuan, fundador e CEO da Zoom em comunicado à imprensa. "Eu estou orgulhoso de nossos funcionários da Zoom, que se dedicaram a apoiar os clientes e a comunidade global durante esta crise. Com seus tremendos esforços, nós fomos capazes de fornecer serviços de vídeo de alta qualidade a novos e antigos clientes".

Ainda no comunicado, Yuan acrescentou: "Nós também apoiamos um número sem precedentes de participantes gratuitos, incluindo mais de 100.000 escolas de ensino fundamental e médio ao redor do mundo que escolheram o Zoom para oferecer a melhor experiência de educação online. Neste trimestre, também estamos orgulhosos em lançar a Zoom Cares, nossa entidade filantrópica corporativa, com doações iniciais a San Jose Digital Inclusion Fund, Destination Home, Fundação CDC, a Organização Mundial de Saúde e Fundação CDE. São ações de longo prazo, focados em educação, mudança climática e igualdade social. E nossas principais doações no primeiro trimestre foram para organizações que fazem a diferença durante o combate à COVID-19."

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Foco na segurança

O crescimento meteórico do Zoom de dezembro do ano passado para cá, no entanto, não veio impune. Sob os holofotes, diversos problemas de segurança da plataforma vieram à tona. Entre eles, está o "Zoombombing", quando usuários aleatórios invandiam videochamadas alheias para gritar palavrões, exibir pornografia, entre outros atos pouco lisonjeitos. Isso acontecia porque as salas de reunião não contavam com proteção por senha, o que permitia a entrada de visitantes indesejados.

Além disso, também foi descoberto que o Zoom compartilhava dados de seus usuários com o Facebook . Sem contar que muitas das videochamadas também estavam sendo encaminhadas para servidores na China, o que levantou a perspectiva de que o governo chinês pudesse acessar gravações das conversas dos usuários e colocou a empresa de Yuan na mira do governo norte-americano.

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Para completar, a Zoom chegou a afirmar que usava criptografia de ponta a ponta em suas salas de bate papo, uma funcionalidade quase obrigatória para serviços do gênero. No entanto, foi descoberto que esse recurso de segurança não existia na platafroma, no que resultou na saída de clientes lucrativos e investigações por parte do Comissão Federal de Comércio (FTC) dos EUA.

Para estancar as críticas e suspeitas, a Zoom criou um plano de três meses para renovar os recursos de segurança de sua plataforma. Ao longo de 90 dias, o foco da empresa está em solucionar as falhas de segurança, brechas que podem permitir o mau uso da aplicação e a divulgação de relatórios de transparência sobre tais questões. Com isso, o desenvolvimento de novos recursos foi interrompido temporariamente, com as atualizações focadas apenas na segurança da aplicação. O plano foi divulgado por Yuan, CEO do Zoom, que incluiu ainda um pedido de desculpas no blog oficial da empresa.

Entre as medidas que já foram colocadas em prática no campo da segurança, a Zoom publicou toda a linha criptográfica de ponta a ponta para consulta pública no GitHub. Lá, a empresa pretende promover discussões com especialistas em criptografia, entidades sem fins lucrativos, grupos de defesa de direitos do consumidor, clientes, entre outros, para compartilhar mais detalhes e solicitar feedback para o design final.

Fonte: Com informações da Bloomberg