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Usuários de Facebook e Instagram poderão se livrar de anúncios políticos nos EUA

Por| 17 de Junho de 2020 às 16h00

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Usuários de Facebook e Instagram poderão se livrar de anúncios políticos nos EUA
Usuários de Facebook e Instagram poderão se livrar de anúncios políticos nos EUA
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Em uma tentativa de minimizar o impacto das críticas que vem sofrendo da imprensa, dos seus próprios funcionários e até de pré-candidatos presidenciais, o Facebook anunciou uma série de medidas relacionada às eleições norte-americanas de 2020.

Uma das funções de destaque da nova medida é a possibilidade de os usuários “desligarem” anúncios políticos que eles não gostaram ou que apresentam conteúdo desinformativo ou ameaçador. Esse recurso vem em resposta a uma crítica sofrida pela empresa por Joe Biden, provável candidato à presidência pelo Partido Democrata, quando este ressaltou a falta da tomada de ação da rede social em relação a um post publicado por Trump.

A publicação em questão dizia que “quando os saques começam, vêm os tiros” e fazia referência aos protestos ocorrendo por todo o território estadunidense contra o racismo e a brutalidade policial.

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A capacidade de desligar anúncios está sendo disponibilizada a partir de hoje (17) para algumas pessoas e deve se espalhar por todos os usuários do país norte-americanos “nas próximas semanas”, informa a empresa, contemplando também o Instagram. A função ficará disponibilizada no menu de configurações do perfil do usuário ou clicando no próprio anúncio, quando este aparecer na sua linha do tempo.

A medida abre um precedente interessante para o mesmo assunto no Brasil, onde diferentes grupos políticos constantemente trocam acusações de veiculação de fake news na rede social. Aqui, a empresa ainda não implementou medida similar, mas o Canaltech entrou em contato para saber se esse recurso será permanente ou temporário e, principalmente, se ele será disponibilizado por aqui também.

"Por enquanto, não há novidades do tipo para o Brasil", informou a rede social. A companhia aproveitou para ressaltar que usuários em território brasileiro têm a opção "Preferências de Anúncios", que permite configurar interesses e gostos a fim de que a plataforma utilize essas informações para oferecer publicidades melhor direcionadas.

Campanha para incentivar o voto

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A medida dos anúncios é parte de uma campanha bem maior desencadeada pelo Facebook. Resumidamente, a rede social lançará um “Centro de Informações do Voto” nas eleições nacionais de 2020 nos EUA, contendo indicações de onde as pessoas deverão se dirigir para votar, trazer informações sobre como se registrar para ter o direito ao voto além de, em face à atual pandemia da COVID-19, votar via e-mail sem violar as práticas de distanciamento social. Pelo aplicativo móvel, usuários do Facebook e Instagram também poderão receber notificações lembrando-os de votar e direcionando-os para os locais de registro.

O Facebook afirma esperar que “4 milhões de eleitores se registrem neste ano” por meio da rede social, bem como Instagram e Messenger. Esse número é o dobro do almejado pela empresa em 2016 e 2018.

Polêmicas eleitorais

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Toda a celeuma envolvendo a moderação (ou falta dela) pelo Facebook vem pelo fato de que, embora a empresa diga estar ciente e tomando ações variadas para sanar o problema de desinformação, os casos continuam se renovando, especialmente com uso do Facebook Ads — uma plataforma paga — para veicular materiais comprovadamente falsos.

Em uma prerrogativa similar, o Twitter, por exemplo, baniu todos os anúncios políticos de sua plataforma ao final de 2019, com o CEO e co-fundador Jack Dorsey dizendo: “Não faria jus à nossa credibilidade dizermos: ‘Estamos trabalhando duro para impedir que pessoas manipulem nossos sistemas para espalhar informações enganosas, maaaaas se alguém nos pagar para apontar e forçar pessoas a verem seus anúncios políticos, bom, eles podem dizer o que quiserem”. A percepção da imprensa americana é que Dorsey promoveu um ataque velado a Zuckerberg.

Vale lembrar: a mesma frase postada por Donald Trump no Facebook também foi veiculada no Twitter, onde foi removida, mas não sem antes ficar marcada como discurso de incentivo à violência.

Fonte: Facebook