UE pressiona Meta e X no combate à desinformação sobre a guerra Israel-Hamas
Por Fabrício Calixto • Editado por Durval Ramos |

O comissário da União Europeia, Thierry Breton, enviou cartas abertas para os donos das plataformas X (antigo Twitter) e Meta alertando sobre a circulação de fake news, deep fakes e desinformação no geral sobre o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A correpondência para Elon Musk foi enviada na terça-feira (10), enquanto Mark Zuckerberg foi notificado 24 horas após o seu concorrente.
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Guerra contra a desinformação
Na carta enviada a Elon Musk, Thierry Breton menciona que há indicativos de que a rede social X tem sido usada para espalhar conteúdo ilegal e desinformativo, destacando a importância das responsabilidades do DSA (Lei de Serviços Digitais) no que diz respeito à moderação de conteúdo.
“Ao receber notificações de conteúdo ilegal na UE, é importante agir prontamente e de forma objetiva, removendo o conteúdo relevante quando necessário. Temos relatórios confiáveis sobre conteúdo potencialmente ilegal circulando em seu serviço, apesar das denúncias das autoridades competentes”, alertou o funcionário do alto escalão da UE.
No dia seguinte, o bloco também fez avisos de forma pública à Meta sobre a divulgação do mesmo tipo de material, dando um prazo de 24 horas para que a empresa de Mark Zuckerberg dê uma resposta e faça a remoção de publicações falsas — incluindo imagens, vídeos manipulados e conteúdo do gênero.
“Peço-lhe que esteja muito vigilante para garantir o cumprimento estrito das regras da DSA sobre os termos de serviço, sobre a exigência de ação oportuna, diligente e objetiva após notificações de conteúdo ilegal na UE, e sobre a necessidade de mitigação proporcional e eficaz medidas”, enfatizou o comissário.
A Comissão Europeia vem enfatizando a todas as Big Techs de redes sociais que é obrigatório evitar a propagação de conteúdo prejudicial relacionado ao Hamas. A entidade ainda defende que o material associado ao Hamas é considerado ilegal e deve ser removido de acordo com o regulamento europeu.
O que diz o X
Em resposta à pressão, Linda Yaccarino, CEO do X, revelou que a plataforma identificou e excluiu "centenas" de contas ligadas ao Hamas e tomou medidas para remover ou rotular "dezenas de milhares de peças de conteúdo" após os ataques terroristas lançados pelo Hamas contra Israel.
Yaccarino mencionou ainda que X formou um "grupo de liderança" para avaliar a situação após a investida do Hamas e estabeleceu políticas de moderação contra discursos violentos. A plataforma respondeu a mais de 80 pedidos de remoção na UE dentro dos prazos, mas não recebeu avisos da Europol sobre conteúdo ilegal.
Além disso, a executiva do microblog destacou o uso das Notas da Comunidade para combater a desinformação, embora um relatório tenha revelado problemas com a demora na aprovação das notas e a falta de rotulagem em determinadas postagens.
Apesar do tom diplomático de Yaccarino , Elon Musk foi mais direto em suas respostas a Breton, solicitando que o comissário listasse publicamente violações específicas na plataforma. Musk afirmou que agiram de forma transparente e não houve acordos secretos.
Resta agora saber qual será a resposta enviada por Breton e o que as Big Techs farão para engrossar o combate contra o conteúdo nocivo que circula em suas redes sociais.