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Inspiradores | Influencers com Síndrome de Down conquistam admiração nas redes

Por| 23 de Abril de 2020 às 18h35

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Inspiradores | Influencers com Síndrome de Down conquistam admiração nas redes
Inspiradores | Influencers com Síndrome de Down conquistam admiração nas redes
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Digital influencers têm conquistado a atenção do público nas redes sociais, mostrando seus respectivos estilos de vida e criando conteúdo a fim de gerar engajamento. Uma consequência positiva da era digital é a liberdade de expressão, algo bem aproveitado por pessoas que normalmente não têm espaço na mídia. O Canaltech está fazendo um especial de influencers inclusivos e inspiradores. Nesse caso, apresentamos pessoas com síndrome de down que têm utilizado as redes sociais como um espaço para mostrar a sua realidade e gerar identificação.

Mas antes de tudo, é preciso entender o que é, exatamente, a Síndrome de Down.

O que é Síndrome de Down (SD)?

A equipe do Canaltech conversou com a psicopedagoga Erica Pedrada, especialista em sequelas neurológicas e Deficiência Intelectual. “A síndrome de Down é uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais no par 21. Esta modificação genética afeta o desenvolvimento do embrião, determinando algumas características físicas e cognitivas”, explica Erica.

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Mas é necessário compreender que a síndrome de down não é um limitador. É um fator com o qual as pessoas em questão aprendem a conviver. Essas pessoas namoram, trabalham, dão aula, cozinham, produzem arte, música, moram sozinhas, estudam e se formam em infinitas áreas diferentes... e as influencers estão aí justamente para mostrar que a vida segue normalmente.

Influencers com Síndrome de Down

Um fato é que a internet tem sido responsável por trazer informações com uma rapidez insuperável. Com base nisso, influencers aproveitam essa vantagem da era digital para mostrar como é a sua vivência, e para reduzir o preconceito e a ignorância acerca das diferenças.

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Uma dessas influencers é Cacai Bauer, de 25 anos, que conta atualmente com quase 70 mil seguidores em seu Instagram e 270 mil inscritos em seu canal homônimo no YouTube. Cacai mostra seu cotidiano e traz questões a respeito da Síndrome de Down com leveza.

Foi em fevereiro de 2016 que Cacai passou a intensificar a sua atividade nas redes sociais, até torná-las a sua profissão. "Tudo começou com uma brincadeira que acabou ficando séria, os meus seguidores iam pedindo mais e mais, começaram a vir as remunerações, e ali eu percebi que a brincadeira não era mais uma brincadeira e estava se tornando profissão", conta a influencer.

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A influencer conta que as pessoas ainda se fixam na síndrome, antes de tudo: "A maioria das pessoas ainda veem a Síndrome de Down. São poucas as que enxergam realmente a pessoa que sou. Mas isso não me incomoda muito. Tenho muito orgulho de ter Síndrome de Down".

Cacai conta que precisa lidar com o preconceito nas redes sociais todos os dias. "Ignorar é o melhor remédio. Se você for brigar com cada comentário de hater, vai dar a ele o que realmente quer: atenção. Acho os haters pessoas com problemas psicológicos sérios, precisando de ajuda e atenção. Sabe de uma coisa, já consegui fazer hater deixar de me ofender e passar a admirar meu trabalho apenas com palavras de autoestima, e me sinto bem por isso", relata a criadora de conteúdo. No entanto, apesar das mensagens de preconceito, Cacai recebe um número ainda maior de mensagens positivas, e de relatos de pessoas com Síndrome de Down que se identificam com ela. "Eu me sinto muito honrada e muito feliz. Ser inspiração e referência para alguém é de uma responsabilidade muito grande, mas muito gratificante", afirma.

Em 2018, Cacai chegou a lançar um single chamado Ser Especial, que chegou a mais de 100 mil visualizações, em que justamente traz à tona a mensagem de que "Ser diferente é normal". Questionada sobre a importância de romper os tabus e de mostrar para as pessoas que a Síndrome de Down é só um detalhe, a influencer afirma: "A importância de romper tabus é justamente a visibilidade que foi notável depois do meu aparecimento, onde eu pude mostrar que as pessoas com Síndrome de Down tem seus dons e seus talentos nas mais diversas áreas, só precisam de oportunidades".

Inspiração na Turma da Mônica

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Outra criadora de conteúdo que tem conquistado cada vez mais espaço é Tathi Piancastelli, que chegou inclusive a inspirar o cartunista Maurício de Sousa a criar a personagem Tati, que tem Síndrome de Down e interage com a Turma da Mônica. A naturalidade da personagem em todas as esferas contribui de forma positiva na informação e inclusão.

"Sempre quis mostrar a inclusão no meu trabalho, para abrir a mente da sociedade e reduzir o preconceito, mostrar que a pessoa com Síndrome de Down é capaz. Muita gente pensa que eu não posso. Não. Eu quero mostrar para a sociedade aquilo que eu sou capaz de fazer", afirma a influencer.

Apesar de receber hates em suas redes sociais, Tathi também recebe o apoio e a admiração do público. "Tem muitas famílias que me consideram uma inspiração para os filhos, e eu fico muito feliz sabendo que estou ajudando essas pessoas", conta. "A minha mensagem é: seja você mesmo, mostre que você é capaz. Mostre que você gosta da sua vida", acrescenta.

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Tathi também já foi estrela da exposição Inside Out, que teve início em Nova York, nas Organizações das Nações Unidas (ONU), na Saphira & Ventura Gallery e depois seguiu para Miami, chegando ao Brasil em 2018.

Adolescentes também influenciam

Vale seguir também a influencer Georgia Furlan Traebert, de 16 anos. A jovem ostenta quase 150 mil seguidores no Instagram, onde compartilha conteúdo sobre o seu dia a dia, também colaborando com o rompimento de preconceito e mostrando um pouco mais sobre como é ter a Síndrome de Down.

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