Hoje é o dia de se despedir do Google+

"Descanse em paz", diria qualquer pessoa ao se deparar com a morte de alguém que, mesmo não sendo o mais querido, ainda deixaria algumas lembranças. Calma, ninguém morreu: hoje, dia 2 de abril, é a data marcada pela Google para que ela efetivamente “mate” o Google+. O anúncio sobre o término das atividades da rede foi feito em janeiro deste ano, e já no mês seguinte, fevereiro, não era mais possível criar novas contas nem postar novos conteúdos.

Segundo a empresa, cerca de dois meses serão necessários para que todo o conteúdo dentro da rede social seja excluído, o que significa que, embora o acesso por serviços terceirizados esteja impossibilitado, é possível que você ainda consiga entrar em seu perfil por meio da sua conta na Google (mas não, nenhuma alteração poderá ser feita).

A Google optou pelo término do serviço após, em dezembro 2018, descobrir um bug que expôs dados e informações sigilosas de um alto volume de usuários.

A falha encontrada pela Google funcionou durante seis dias no começo do mês de novembro e tinha relação à API Google+ People, que permitia que aplicativos que tivessem a permissão do usuário acessassem informações pessoais públicas deles, como nome, endereço de e-mail, data de nascimento e estado civil. O problema é que a falha permitiu que os desenvolvedores que utilizam essa API tivessem acesso também a dados que não eram públicos e até mesmo a informações privadas que haviam sido compartilhadas por outros usuários do Google+.

Ainda antes da falha, porém, o Google+ já estava em vias de ser descontinuado como rede social: originalmente lançado em 2011, o produto veio com o intuito de concorrer com um então emergente Facebook (bem antes de ele ser “O Facebook”), mas nunca ganhou muita tração com os usuários, que preferiram os recursos oferecidos por Mark Zuckerberg. Graças à influência da Google, a rede social conseguiu um bom volume de usuários, mas eles simplesmente não acessavam o site. Posteriormente, a Google tentou fundir serviços do Google+ com outros produtos, como Hangouts e YouTube, mas isso acabou rechaçado pelos poucos fãs.

Esforços para preservar o conteúdo daoGoogle+ estão em andamento pelo pessoal do Internet Archive, porém o que eles farão é salvar algumas páginas estáticas, sem recursos de interação, a fim de preservar a rede social na memória da internet.