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Facebook teria banido anúncio do Signal que expunha "segredos" da rede social

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 05 de Maio de 2021 às 11h20

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LightFieldStudios/envato
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O Signal teria sido banido da plataforma de anúncios do Facebook na última terça-feira (5). O mensageiro focado em privacidade teria veiculado propagandas no Instagram com informações estranhamente precisas sobre perfilamento de usuários a fim de expor como a companhia de Mark Zuckerberg usa dados para encaminhar publicações.

“Você recebeu este anúncio porque é um barista gótico e está solteiro. Este anúncio utilizou sua localização para saber que você está em Clinton Hill. Você é vegano ou intolerante à lactose e talvez pretenda fazer yoga mais tarde”, descreve com precisão uma das publicações patrocinadas.

O Signal aproveitou o sistema robusto do Facebook para criar múltiplas campanhas com diferentes "alvos" dentro do Instagram. Para isso, eles desenvolveram os textos expositivos, cada um composto pela descrição em que se encaixa o perfil direcionado. “O anúncio simplesmente apresentaria ao usuário a informação coletada sobre ele que alimenta a plataforma”, explica o mensageiro. O Facebook não teria comprado a ideia, porém, e bloqueou o perfil do Signal em sua plataforma de anúncios.

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“Companhias como o Facebook não estão construindo tecnologia para você, eles constroem tecnologia pelos seus dados. Coletam tudo que podem no Facebook, Instagram e WhatsApp para vender visibilidade sobre as pessoas e suas vidas”, comenta o Signal.

Outras descrições estranhamente precisas das propagandas apresentam até mesmo a orientação sexual do usuário, seu estilo de relacionamento, estado em que reside e algum dos seus passatempos favoritos.

Aqui, não

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Após o banimento, o Signal publicou um artigo intitulado “O que os anúncios do Instagram não te mostram” em que conta os motivos que justificaram o bloqueio da conta e a razão da companhia a se manifestar contra a coleta de dados.

Para o app de mensagens, a forma com que a internet trabalha hoje seria considerada “intolerável” se fosse traduzida para analogias do mundo real, mas perpetua graças à sua invisibilidade. Na tentativa de demonstrar como o ecossistema do Facebook pode ser invasivo para direcionar anúncios, a companhia decidiu entrar para o jogo de direcionamento de propagandas e “mostrar como a maior parte da tecnologia funciona”.

Qualquer um pode ver

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Embora esses usuários não sejam identificáveis num primeiro encontro, o sistema de direcionamento baseado em interesses realmente existe. Dentro do Facebook Ads Manager, a gigante explica como um anunciante pode utilizar as informações da rede social para criar publicações com melhor alcance.

Um vídeo explicativo mostra que um feirante, por exemplo, poderia encontrar seus clientes em potencial baseado em passatempos na cozinha, interessados em alimentação saudável, atividade física e residentes de algum município específico. Escolher essas características na ferramenta de criação de um público direcionaria propagandas aos usuários que correspondem a descrição, o que confirma a especificidade denunciada pelo Signal.

"Não foi bem assim", segundo o Facebook

O Facebook respondeu às acusações do Signal e desmentiu até mesmo sua inscrição na plataforma. “Isso é uma manobra do Signal, que nem mesmo tentou lançar esses anúncios — e não banimos sua conta na plataforma por tentar publicá-los”, disse o Facebook ao site The Information.

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“Se o Signal tivesse publicado esses anúncios, parte deles seriam rejeitados porque violam nossas políticas ao revelar condições médicas ou orientação sexual na publicação, coisa que o Signal deveria saber”, complementou a gigante.

O que realmente aconteceu nessa disputa dificilmente será confirmado por testemunhas e há a chance de ter sido apenas uma campanha publicitária para roubar usuários do WhatsApp, um dos mensageiros mais populares do mundo e controlados pelo Facebook. Desde o seu princípio, o Signal exalta seus fortes princípios sobre privacidade e respeito ao usuário final, o que contrastaria com a coleta de dados em alguns produtos de Mark Zuckerberg.

Fonte: Signal, Alex Heath, Facebook