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Facebook proíbe acesso e compartilhamento de notícias na Austrália

Por| 17 de Fevereiro de 2021 às 23h20

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Quartz
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O Facebook resolveu adotar uma medida drástica após passar quase três anos debatendo com o governo australiano. A partir de hoje, usuários do país estão proibidos de compartilhar e visualizar notícias oriundas de veículos de mídia locais, uma vez que projetos de leis procuram forçar as redes sociais a pagarem os jornais regionais pela circulação de seus conteúdos jornalísticos dentro das plataformas.

“A proposta de lei interpreta de forma errônea a relação entre a nossa plataforma e os editores que a utilizam para compartilhar conteúdo noticioso. Isso nos deixou diante de uma escolha difícil: tentar cumprir com uma lei que ignora a realidade desse relacionamento ou parar de permitir conteúdos noticiosos em nossos serviços na Austrália. Com dor no coração, optamos por esta segunda opção”, afirmou a companhia.

“Infelizmente, isso significa que as pessoas e organizações na Austrália estão proibidas de postar links de notícias e compartilhar ou visualizar conteúdo de notícias australianas e internacionais no Facebook. Globalmente, a postagem e o compartilhamento de links de notícias de editores australianos também são restritos. Para fazer isso, estamos usando uma combinação de tecnologias para restringir o conteúdo de notícias e teremos processos para revisar qualquer conteúdo removido inadvertidamente”, diz.

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Quem sai perdendo?

O comunicado oficial, assinado por William Easton (diretor do Facebook para a Austrália e para a Nova Zelândia), ressalta que a decisão é mais danosa aos veículos de mídia do que aos usuários. “No ano passado, o Facebook gerou aproximadamente 5,1 bilhões de referências gratuitas para veículos de mídia australianos no valor estimado de 407 milhões de dólares australianos”, ressalta Easton.

“Para o Facebook, o ganho comercial com as notícias é mínimo”, desdenha o executivo. “As notícias representam menos de 4% do conteúdo que as pessoas enxergam em seu feed. O jornalismo é importante para uma sociedade democrática, e é por isso que criamos ferramentas dedicadas e gratuitas para apoiar organizações de notícias em todo o mundo na inovação de seu conteúdo para o público online”, finaliza.

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A companhia promete ainda que está se preparando para lançar o Facebook News na Austrália, mas só depois de um “aumento significativo em nossos investimentos com os veículos de mídia locais”. Coincidentemente, por outro lado, o Google anunciou acordos com a mídia australiana e gastará US$ 300 bilhões para poder veicular notícias do país; até então, o buscador ameaçava bloquear seu acesso na região.

E no resto do mundo?

Embora o embate judicial seja específico da Austrália, esse tipo de decisão abre precedentes para que situações similares ocorram em outros países ao redor do globo — inclusive por aqui no Brasil. Tais possibilidades aumentam ainda mais se levarmos em conta que, de uns tempos para cá, as políticas do Facebook (tal como seus subprodutos, a exemplo do WhatsApp) causaram polêmicas em relação a estratégias de monetização e respeito à privacidade digital dos usuários.

Fonte: Facebook