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Em confronto com jornais, Facebook diz que não precisa exibir notícias

Por| 15 de Junho de 2020 às 12h34

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Diante da perspectiva de ter de pagar pelas notícias veiculadas em sua plataforma, o Facebook enviou uma mensagem clara aos veículos australianos nesta segunda-feira (15): nós não precisamos de vocês. Segundo o jornal britânico The Guardian, em uma carta enviada à Comissão Australiana da Concorrência e do Consumidor (ACCC), a rede social disse que que há uma "rivalidade saudável" entre ele e os provedores de notícias do país e acrescentou que poderia parar de exibir notícias em suas páginas sem causar grande impacto em seus negócios, já que elas representam uma "fração muito pequena" do que os usuários veem em seus feeds.

A carta enviada à ACCC é uma resposta ao confronto entre o Facebook e o órgão australiano, que em abril deste ano criou um código de conduta que obriga tanto a rede social quanto o Google a partilhar suas receitas provenientes de publicidade com os jornais. O código também prevê multas caso as empresas não cumpram as solicitações, bem como processos envolvendo a divulgação não autorizada do material.

O governo australiano havia pedido, em dezembro de 2019, a criação de um código de conduta voluntário em que as empresas pensassem em um forma de pagar às mídias pelos conteúdos utilizados em suas plataformas. Mas, a pandemia da COVID-19 e a repentina diminuição na geração de receita de publicidade, fez com que o país adotasse regras mais rígidas mais rápido.

Para justificar a alteração nas regras, a ACCC disse que era "improvável" que as empresas chegassem a um acordo de pagamento voluntário. Josh Frydenberg, tesoureiro do governo australiano, disse que a decisão era justa, já que os jornais deveriam ser pagos de alguma forma pelo conteúdo criado.

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Desde que a discussão tomou força, o Facebook tem se esforçado para mostrar que não é um "assassino do jornalismo" e prometeu em janeiro de 2019 que gastaria US$ 300 milhões em parcerias com a mídia ao longo de três anos. Em março de 2020 ainda prometeu US$ 100 milhões para apoiar notícias locais impactadas economicamente pela pandemia.

Embora essa briga em particular esteja ocorrendo na Austrália, ela representa preocupações globais sobre a influência do Facebook e Google no tráfego que seria direcionado aos sites de notícias. Em uma situação semelhante, a França começou a exigir que empresas pagassem pela exibição de trechos de artigos no Google. Por conta disso, a gigante de buscas chegou a remover as visualizações destas notícias em suas páginas.

Notícias nos Estados Unidos

Na semana passada, o Facebook compartilhou informações sobre sua aba dedicada a notícias lançada nos Estados Unidos, com foco em jornalismo local, material verificado e curadoria aprimorada. Em novembro do ano passado, a ferramenta chegou a ganhar um vídeo de apresentação e, desde então, não haviam mais novidades a respeito. Mas, agora, segundo a rede social, “alguns milhões a mais” de usuários passaram a usar esse recurso no país.

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Contudo, a liberação tem sido curiosa. Como a distribuição acontece aos poucos, muitas pessoas que já veem o ícone do “Notícias”, em forma de um jornal, não pode acessá-lo ainda. E mais, a empresa diz que você tem que acessá-lo frequentemente para “deixar intenções claras de usá-lo”, o que, teoricamente, disponibiliza a ferramenta mais rapidamente.

O recurso traz notícias atualizadas de acordo com uma região e o Facebook atualmente testa as coberturas em vídeo, notificações direcionadas, alertas de última hora e resumos para recapitular assuntos que envolvem mais contextos e eventos. Segundo os bastidores da indústria, a agilidade na distribuição dessa aba, que já vem atrasando há algum tempo, vem com a pressão da desinformação em tempos de pandemia, da morte de George Floyd e de protestos contra o racismo; e da iminente eleição presidencial nos Estados Unidos.

Como de praxe, esse tipo de lançamento acontece primeiramente — e gradualmente — nos Estados Unidos e aos poucos é liberada para o restante do mundo. Contudo, como a aba Notícias envolve uma curadoria mais apurada, com checagem de fake news, pode ser que ainda demore para ser chegar ao outros países, inclusive o Brasil.

Consumo de notícias nas redes sociais

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Em um estudo divulgado pela VidMob, empresa que utiliza inteligência artificial para cruzar os dados que compõem vídeos publicitários e analisar a performance destes nas plataformas digitais, a mídia social se tornou a principal fonte de notícias das pessoas, superando de longe o jornalismo impresso e digital.

Segundo o relatório, existem muitos fatores contribuintes, incluindo acesso livre, capacidade de compartilhamento, maior tempo de tela e atenção reduzida. O estudo ainda revelou que os entrevistados são 81% mais propensos a escolher a mídia social para notícias quando comparado com conteúdo impresso e 50% consomem esse tipo de informação mais frequentemente em sites do que na TV.

As mulheres são 16% mais propensas a obter notícias em redes sociais do que homens.

Para acessar o estudo completo, clique aqui.

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Fonte: Engadget e Business Insider