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Em discussão, CEO do Twitter se dá nota C e admite falhas da plataforma

Por| 13 de Fevereiro de 2019 às 12h22

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O Twitter passou por uma rara experiência de sabatina na noite desta terça-feira (12). A editora do Recode, Kara Swisher, convidou o CEO da rede social Jack Dorsey para uma sessão de perguntas e respostas abertas na plataforma. A provocação veio do fato de que Dorsey geralmente dá respostas muito amplas e pouco objetivas a jornalistas. Deste papo “transparente”, como pontuou Swisher, saiu até mesmo uma confissão de falha do CEO.

Em post, ela colocou os parâmetros do debate: “Para ser clara com a audiência. Isso não é um novo evento de produto, é uma casa de vidro, dentro da qual pessoas podem ver, mas não podem comentar. Eu vou fazer perguntas e, então, responder a @jack [perfil do CEO]. Senão seria um caos”, apontou.

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O primeiro questionamento foi sobre os problemas recentes da rede com assédio e outras questões de comportamento social, como uso de bots e contas falsas. A pergunta direta de Swisher foi: “Por que vocês não andam mais rápido com isso?”.

Segundo Dorsey, antigamente o Twitter tentava fazer mais coisas ao mesmo tempo e sentiu que isso não foi eficiente. Por isso, deve passar a priorizar as coisas “por impacto”. “Nós acreditamos que a primeira coisa em que devemos nos focar é na segurança física de alguém. Só isso já leva a uma série de ramificações”, apontou o CEO.

Em seguida, ela perguntou que nota Dorsey daria a si mesmo. “A mim? C. Nós temos progredido, mas somos dispersos e achamos que ainda não é o suficiente. Mudar a experiência não foi significativo o bastante. E nós temos colocado a maior parte do fardo sobre vítimas de abuso (isso é uma grande falha)”, respondeu o CEO.

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Junto disso, ele apontou que a questão de vítimas de abuso é o assunto mais importante no qual focar e consertar dentro da plataforma. Após ser mais uma vez questionado por especificidades, Dorsey então apontou que o Twitter está buscando maneiras de proativamente criar um ambiente mais saudável de outras formas que não sejam com ferramentas de denúncia e bloqueio de usuários.

Dorsey ainda apontou que o Twitter está buscando entender onde está o problema antes de propor soluções. Segundo o executivo, as principais ferramentas em que há abuso são: “respostas, menções, pesquisas e trends”.

Junto disso, ele reforçou a necessidade de buscar garantir a segurança física dos usuários. A pergunta, levantada por Swisher, é o que isso especificamente significa, já que o Twitter “não é a polícia”.

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“Não, não somos a polícia. Eu digo, temos que considerar primeiro e mais importante quais atividades online impactam a segurança física, de forma a direcionar nossos esforços”, explicou o CEO. “Não acho que nós ou outras [redes sociais] estamos trabalhando contra isso o suficiente”.

O ponto que Dorsey tenta defender é que simplesmente bloquear os abusadores não tem se mostrado efetivo, uma vez que isso depende da denúncia dos usuário. Assim sendo, como uma ação reativa, a ferramenta “não escala”. Por isso ele apontou a necessidade de ações proativas.

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Em resposta a isso, Swisher passou a ser mais agressiva: “Eu daria a vocês uma nota F nisso, sendo muito generosa. Não quero ser babaca, mas há um lerdeza de todos vocês em tecnologia para dar atenção a isso”.

Em seguida ela pediu três coisas concretas que a plataforma vai fazer. Mesmo assim, o CEO teve dificuldade em ser específico. Depois de muita pressão, ele listou quatro:

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  1. Políticas para gênero na plataforma;
  2. Usar machine learning para derrubar atuações nocivas na plataforma;
  3. Dar mais ferramentas de controle (como colocar no mudo contas sem foto ou sem e-mail e telefone verificados);
  4. Ser mais agressivos sobre ações coordenadas.

A jornalista também questionou o CEO sobre o comportamento nocivo do presidente Donald Trump, insinuando que o Twitter o protege mesmo que faça comentários que ferem políticas da plataforma. Sobre isso, Dorsey informou que trata todos usuários sobre as mesmas política, mas que “apesar de controverso” há um caráter de notícia e interesse público no que Trump diz.

Outro citado por Dorsey foi Elon Musk: “Eu gosto como @elonmusk usa o Twitter. Ele foca em resolver problemas existenciais e compartilhar pensamentos abertamente. Eu respeito muito, com todos altos e baixos que vêm com isso”.

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Dorsey pode se referir ao caso em que Musk anunciou, no ano passado, a saída da Tesla da Bolsa de Valores, o que acabou resultando numa crise na empresa e uma investigação sob o bilionário.

Por fim, convidado para o podcast do Recode, Dorsey assumiu: “Essa discussão foi difícil. mas temos que aprender ainda uma tonelada de coisas para consertar isso”.

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Fonte: Recode