Calma, não foi dessa vez que o Orkut voltou
Por Bruno Salutes | Editado por Guadalupe Carniel | 07 de Março de 2020 às 11h26
Durante as últimas horas, quem acessou o Google Play deve ter se deparado com um aplicativo que supostamente havia voltado a loja do Android: o Orkut. Criado por saudosistas da finada rede social, o app tenta ressuscitá-la oferecendo aos usuários a experiência dos antigos scraps, depoimentos e comunidades.
Em 2014, o Google resolveu enterrar o Orkut definitivamente, deixando disponível para os usuários da rede social uma ferramenta para backup dos dados que lá estavam. O aplicativo, que entrou na noite desta última sexta (6) na Play Store, utiliza o mesmo logo original do Orkut e segue à risca o design que todo brasileiro que viveu a internet nos anos 2000 conhece bem.
Na manhã deste sábado (7), o assunto já estava entre os mais discutidos no Twitter, onde centenas de usuários estavam comemorando o suposto 'comeback' do Orkut. Segundo os dados da Google Play, o 'novo Orkut' já foi baixado em mais de 50 mil aparelhos e tem 309 avaliações de usuários que já se cadastraram no app.
Quem baixou o app, contudo, se deparou com a seguinte mensagem em sua tela de início:
"Orkut.br não tem vinculo com o Google e não é o mesmo site que o Orkut.com. Caso sua intenção seja acessar a antiga rede social filiada ao Google, pedimos desculpas, mas não será possível, infelizmente o Orkut.com encerrou suas atividades em 2014".
Apesar de todo o saudosismo envolvido entre os criadores do aplicativo que homenageia o antigo Orkut, devemos ser bastante cautelosos com nossas informações pessoais. Toda rede social requer um perfil detalhado com nossos hábitos e outros dados relevantes, como cidade de residência, idade, nome completo e e-mail.
O alerta que é exibido quando o aplicativo é aberto pela primeira vez já deveria servir como aviso para muitos usuários: não troque a privacidade dos seus dados em nome do famigerado saudosismo.
Todos temos experiências com o Orkut e sabemos que a rede teve um papel social importante durante a democratização do acesso à internet no Brasil. Toda tentativa de ressuscitá-la por meios não-oficiais, contudo, deve ser observada com bastante cautela.