Liga da Justiça “dá um tempo” e é substituída por outro supergrupo nas HQs
Por Claudio Yuge |
Dark Crisis on Infinite Earths veio para cravar um novo começo na cronologia da DC, depois de vários reboots “instáveis” e que pareciam levar a lugares, digamos, muito “abstratos”. A última saga da DC Comics trouxe de volta tramas dos anos 1980 e combinou com os momentos recentes de outros megaeventos. E, para dar o pontapé inicial da fase que em sendo chamada de Dawn of DC (ou “Crepúsculo da DC”, na tradução livre), a editora aposenta temporariamente a Liga da Justiça e a substitui por outro conhecido supergrupo.
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Atenção para spoilers de sagas e revistas recentes publicadas pela DC Comics!
Bem, só para resumir os dois megaeventos anteriores, em Noites de Trevas: Death Metal, a DC abriu caminho para a renovação de seus títulos, trazendo todas as Terras do Multiverso de volta, com direito a Multiversos — sim, no plural. Ou seja, tudo o que foi publicado passou a fazer parte do cânone oficial da editora. E, em Fronteira Infinita, a companhia colocou seus personagens clássicos em um patamar superior, que ainda precisa ser posicionado em um mundo que a nova geração de heróis também precisa encontrar seu lugar para brilhar.
Por exemplo, o Superman e a Mulher-Maravilha estão tão poderosos que estão mesmo mais perto de divindades. E Batman definitivamente não pode ser visto somente como o protetor de Gotham, e sim do mundo — ou dos Multiversos. E seus sucessores passaram a ter mais espaço, mostrando suas diferenças com a velha guarda e mantendo a chama do legado acesa.
Editorialmente falando, é a DC tentando, desta vez de uma forma mais organizada, agradar seu público veterano e trazendo novos leitores e a audiência dos filmes para os quadrinhos — as tentativas anteriores não foram bem-sucedidas nessa tarefa. E a ausência da Liga da Justiça tem tudo a ver com isso.
Liga da Justiça é substituída pelos Titãs
Quando Dark Crisis on Infinite Earths acabou, muita coisa do passado veio à tona, e os heróis perceberam que, além dos erros que cometeram, talvez a abordagem da Liga da Justiça não faça mais tanto sentido nos Multiversos atuais — e isso é até mesmo metalinguístico, pois também é algo que os próprios autores vêm repensando nos últimos anos.
Em Nightwing #100, lançado nesta terça-feira (17), o Asa Noturna precisa da ajuda de seus amigos de Novos Titãs para combater um vilão. Assim, a equipe clássica adorada pelos leitores se reúne novamente, com Dick Grayson liderando o grupo formado por Donna Troy, o Flash Wally West, Ravena, Estelar, Mutano e Ciborgue.
Em seguida, ao visitar o Hall da Justiça destruído durante Dark Crisis on Infinite Earths, a Mulher-Maravilha e o Superman pedem ao Asa Noturna liderar os heróis enquanto eles “discutem o futuro da Liga da Justiça”. Vale ressaltar que Dick teve bastante importância nesse mesmo papel durante o evento que acabou.
Agora muito rico, após herdar as propriedades de Alfred, o Asa Noturna decide, então, aceitar esse papel, especialmente depois de receber a “benção” de Batman. Dick vai trazer de volta a Torre Titã e seus colegas para substituir a Liga da Justiça, enquanto os heróis da velha guarda reavaliam suas missões nessa nova DC.
É uma jogada ousada e muito interessante da DC, como há muito não víamos. Trazer de volta os Titãs com a formação clássica é algo que os fãs queriam há muito tempo, e nada mais lógico para renovar os heróis e abrir espaço para a nova geração do que mostrar o amadurecimento da casta anterior. Além disso, as grandes ameaças do mundo agora estão pareadas com o Exterminador, que sempre foi o grande inimigo de Asa Noturna e seus colegas.
E a Liga da Justiça? Bem, a melhor forma de você provar o quanto alguns heróis fazem falta é mostrar o que acontece com as pessoas e o mundo na ausência deles. É o caminho mais coerente e compreensível que a DC vem tomando há anos, e, agora, há realmente uma chance de novos leitores se juntarem aos veteranos, com a mesma atenção.
Se isso vai realmente dar certo e se provar tão interessante quanto parece, só o tempo dirá.