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Conheça a HQ obscura da Marvel que serviu como “embrião” para Matrix

Por| 01 de Setembro de 2022 às 22h40

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Matrix foi um marco no final do século passado, e determinou uma nova era no cinema de ação de Hollywood, no brilhante ano de 1999. O filme promoveu uma mistura de gêneros normalmente vista com mais frequência nos quadrinhos. A ação com ficção científica cyberpunk, mesclada com artes marciais e dezenas de referências à filosofia e cultura pop ficou ainda sedutora com a introdução das sequências bullet time, que praticamente reproduziam quadros de um mangá nas telonas. E você sabia que tudo isso teve um “embrião” em uma revista obscura da Marvel Comics?

Pois é, em 1993, quando os quadrinhos de super-heróis viviam uma seca criativa, a Marvel apostava em linhas alternativas para expandir seu portfólio e driblar a crise. Assim, a Casa das Ideias decidiu apostar em um selo chamado Razorline, comandado por Clive Barker, que já havia licenciado alguns títulos baseados em sua obra máxima de terror, Hellraiser.

O Razorline apresentava heróis diferentões, que misturavam conceitos tradicionais com fantasia e temas sobrenaturais, tudo com um leve toque mistério e terror. Eis que um dos personagens dessa linha era o Ectokid, o similar ao “Homem-Aranha” dessa frente: um adolescente de 14 anos chamado Dex Mungo, que descobre ser especial ao ficar sabendo que seu pai era um fantasma.

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Mungo aprende a acessar a “Ectosfera”, um plano de existência habitado por fantasmas, monstros e outras criaturas mitológicas. Toda vez que usa sua habilidade com seu olho esquerdo, ele se divide entre o cotidiano real dos transeuntes distraídos imersos em preocupações ordinárias com esse plano distorcido e assustador.

E o que essa HQ obscura da Marvel tem a ver com Matrix?

Embora tenha sido idealizada por Clive Barker, as três primeiras edições de Ectokid foram escritas pelo veterano James Robinson (Starman), com desenhos de um jovem Steve Skroce. Depois desse início, quem assumiu os textos foi um roteirista em início de carreira, chamado Larry Wachowski — que mais tarde se tornaria Lana Wachowski.

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Na época, Larry teve ajuda, não creditada, de seu irmão, Andy — que mais tarde se tornou Lilly. E, até a edição número nove, que marcou o cancelamento da revista, Ectokid tratava de um jovem que descobriu ter um poder único, que o permitia viver entre os arranha-céus do mundo real, entre as pessoas comuns, que sequer imaginavam que ele também simultaneamente transitava por uma realidade paralela, descobrindo poderes que nunca tinha imaginado — soa bastante similar a um certo Neo de Matrix, não?

Para completar, depois que os Wachowski deixaram o Razorline e lançaram seu primeiro filme, Bound, adivinha quem eles convocaram para desenhar os croquis de um projeto chamado Matrix para a Warner Bros? O talentoso artista Steve Skroce, o mesmo que trabalhou ao lado deles em Ectokid.

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E, se você ainda tem dúvidas de que a HQ obscura da Marvel foi um “embrião” de Matrix, Lana disse, em uma entrevista concedida em 2014, que “Ectokid é, na verdade, a Pedra de Roseta [popular por dar início a uma nova era de compreensão moderna sobre o conhecimento] de todo o nosso trabalho”. “Todas as nossas ideias estão em Ectokid... Matrix está lá. A Viagem está lá; tudo está lá.”

E pensar que tudo isso saiu de uma revista que quase ninguém conhece e que mais se parecia com um fanzine tosco.