Apple amplia estratégia de marketing para vender mais iPhones neste fim de ano
Por Rafael Rodrigues da Silva | 04 de Dezembro de 2018 às 18h20
A Apple não é uma empresa conhecida por aplicar descontos — os produtos dela são caros, ela sabe disso, e também sabe que seu consumidor pagará um preço mais elevado pela qualidade do produto. Mas, pelo menos neste ano, a estratégia da empresa parece estar mudando.
Desde a Black Friday, a Maçã tem se esforçado para aumentar suas vendas neste fim de ano. Durante a data mais movimentada do comércio, a empresa ofereceu cartões-presente de até U$ 200 para alguns produtos selecionados da loja, aumentou o valor de troca dos modelos antigos em até U$ 100 dólares para aqueles que querem trocar por um modelo mais recente, e esta semana anunciou uma nova promoção voltada para membros na ativa e aposentados do exército, com descontos de até 15% na compra de alguns produtos selecionados. E esses descontos e bônus em compras apontam para o mesmo lado: uma tentativa de aumentar as vendas dos iPhones lançados neste ano.
Desde os primeiros rumores da diminuição da produção nas linhas de iPhone XS, XS Max e XR das montadoras chinesas, a Apple tem se esforçado para desmentir a boataria, garantindo que tudo está seguindo conforme o cronograma e que o iPhone XR é o modelo mais vendido da empresa desde que ele foi lançado no fim de outubro. Mas, ainda que possa ser verdade que o iPhone XR seja mesmo o modelo mais vendido (o que não será possível constatar tão cedo, já que a Apple anunciou que não irá mais revelar os números individuais de venda de cada modelo do iPhone em seus relatórios trimestrais), uma coisa é certa: as coisas não estão acontecendo exatamente conforme o cronograma, e a série de descontos e oportunidades especiais de compra que a Apple tem criado nas últimas semanas é uma evidência disso.
E o preço dos produtos parece ser o grande fator de diferença aqui. Não é difícil acreditar que o iPhone XR seja o aparelho mais vendido da empresa: dos três modelos lançados este ano, ele é o mais barato — bem mais barato. Vendido a U$ 749 nos Estados Unidos, o aparelho é U$ 250 mais barato que o iPhone XS (U$ 999) e custa U$ 350 a menos que o iPhone XS Max (U$ 1.099). E, mesmo assim, o modelo mais barato da Maçã não tem um preço exatamente considerado como “em conta”. Consumidores de dois dos mercados asiáticos mais importantes para a Apple (Índia e China) têm reclamado do preço do iPhone XR, e mesmo oferecendo a venda parcelada, as operadoras de celular japonesas estão se vendo obrigadas a baixar o preço de seus planos devido ao valor do aparelho, que tem espantado os consumidores do país.
Do ano passado para cá, as vendas de iPhones da Apple se estagnaram, o que tem preocupado os investidores. E como o primeiro iPhone compatível com o 5G não deve ser lançado antes de 2020, ou a companhia mantém a estratégia, aumentando ainda mais os preços para vender menos mas aumentar seus lucros, ou diminui o preço de seus produtos para tentar aumentar o número de unidades vendidas. E, pela quantidade de promoções criadas pela empresa nas últimas semanas, fica claro qual é a tática escolhida ao menos para esse fim de ano.
Fonte: Venture Beat