Planos detalham óculos AR da Meta, e Zuckerberg quer seu "momento iPhone"
Por Victor Carvalho • Editado por Wallace Moté |

Nesta quarta-feira (13) uma extensa matéria do The Verge detalhou os planos da Meta para o futuro imaginado por Mark Zuckerberg, revelando um grande foco em volta do metaverso e óculos de realidade aumentada (AR) com objetivo de superar Apple e Google, que já trabalham em seus próprios acessórios com ecossistemas mais completos e sem os grandes problemas de privacidade atrelados às marcas — diferente de Zuckerberg e Facebook.
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Esclarecendo as ambições da Meta em relação à realidade aumentada, detalhes importantes foram compartilhados por funcionários (e ex-funcionários) da empresa que não possuíam autorização para revelar publicamente tais informações.
Segundo uma fonte, "o ego de Zuckerberg está atrelado aos óculos", com o executivo buscando avidamente seu "momento iPhone", almejando deixar uma marca na história da tecnologia e do mundo, feito realizado por Steve Jobs com o anúncio do primeiro iPhone em 2007.
Project Nazare: a grande investida de Zuckerberg para 2024
Para ter sucesso em seu plano, Zuckerberg precisa anunciar seus óculos de realidade aumentada, e o Project Nazare é um deles.
Os óculos são projetados para funcionar independentemente de um celular e teriam a assistência de um acessório sem fio para realizar parte do processamento.
Um dos destaques seria a capacidade de permitir a interação de usuários com hologramas de outras pessoas através dos óculos. Zuckerberg acredita que, com o tempo, isso permitirá que pessoas tenham "experiências mais imersivas" que chamadas de vídeo.
É dito que a Meta não teria definido a faixa de preço de seus óculos AR, mas certamente será mais caro que o Quest VR — que custa US$ 299 (cerca de R$ 1.400).
A Meta já prevê que a venda de seus óculos AR de primeira geração pode ficar abaixo das expectativas. Para contornar tal problema, a empresa pode subsidiar os custos e vendê-lo com pouca margem de lucro para encorajar usuários a comprem o acessório.
A estratégia é diferente da Apple, que deve lançar seus primeiros óculos AR no início de 2023 com preço na faixa dos US$ 3 mil (cerca de R$ 14 mil em conversão), mas a qualidade de construção, integração com produtos da marca e software proprietário podem fazer com que o produto da Apple supere a marca de 1 milhão de unidades vendidas no primeiro ano.
Nazare e as limitações das tecnologias atuais
Zuckerberg teria insistido que o Projeto Nazare apresente experiência completa em realidade aumentada, com gráficos 3D, amplo campo de visão de 70 graus e "design socialmente aceitável" já na primeira geração.
Mas tal objetivo é complicado para o time de engenharia, que teria um protótipo com campo de visão inferior a 70 graus, pesando 100 gramas (quase 4x mais que óculos tradicionais) e formato que lembraria "a armação do Super-Homem quando disfarçado como Clark Kent."
Os planos de desenvolver um sistema operacional proprietário foram deixados de lado e, por enquanto, a Meta desenvolve seu software com base no Android.
Atualmente, a bateria do Projeto Nazare dura cerca de 4 horas e tem como foco o uso em ambientes internos. O dispositivo conta com duas telas Micro LED transparentes com imagens exibidas por tecnologia óptica de guia de ondas.
A primeira versão do produto terá rastreamento de olho e câmeras, além de alto-falantes estéreo na armação e processador proprietário.
Projeto Hypernova: o modelo mais barato
Em contraste ao mais caro e completo Projeto Nazare, a Meta desenvolve o Projeto Hypernova também com lançamento previsto para 2024.
O modelo dependeria de um smartphone para funcionar, exibindo mensagens e notificações por uma tela menor posicionada no canto de uma das lentes dos óculos, além de possuir design mais simples e leve.
Os planos da Meta de lançar seus óculos inteligentes em 2024 não são definitivos e mudanças podem acontecer, especialmente por conta do desenvolvimento de software.
Resta esperar para ver se, de fato, o sonho de Zuckerberg de revolucionar o mercado com seus óculos inteligentes será suficiente ou se empresas como Apple e Google vão levar a melhor.
Fonte: The Verge