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O que aconteceu com a Kyocera? Relembre a marca que inventou a câmera de selfies

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Erick Teixeira / Canaltech
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Tudo sobre Kyocera

Se você tirou uma selfie hoje, indiretamente, precisa agradecer à Kyocera. A marca japonesa foi a responsável por uma revolução que ajudou a definir como smartphones são usados. Além disso, ela teve papel importante no futebol brasileiro. Saiba o que aconteceu com a Kyocera.

Avôs da "Selfie"

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Muito antes do Instagram, no distante ano de 1999, a Kyocera lançou no Japão o Visual Phone VP-210. Este foi o primeiro celular comercialmente disponível a incluir uma câmera frontal.

A ideia original era possibilitar videochamadas, algo futurista para a época. Mal sabiam que estavam inventando, na prática, a "câmera de selfie", um recurso hoje indispensável em qualquer aparelho.

O aparelho vinha com uma tela TFT colorida de 2 polegadas e uma câmera com um pequeno sensor equivalente a 0,11 MP. Hoje isso seria algo para rir, mas no fim dos anos 90 era algo impressionante. O aparelho era para poucos, custando cerca de US$ 335, valores altos para os padrões de 1999.

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O fundador da Kyocera

A mente por trás da Kyocera foi o engenheiro Kazuo Inamori, que faleceu em 2022. Ele fundou a "Kyoto Ceramic" em 1959, começando com isoladores de cerâmica para tubos de TV.

Inamori se tornou um ícone de gestão no Japão. Além de erguer a Kyocera, ele fundou a KDDI, uma das mais populares operadoras de telecomunicações do Japão, e ficou famoso por reerguer a Japan Airlines de uma falência tida como certa.

Kyocera e o futebol brasileiro

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No Brasil, o nome Kyocera também teve destaque no futebol. Em 2005, a empresa fechou o primeiro contrato de naming rights da história do futebol brasileiro.

A Arena da Baixada, estádio do Atlhetico (naquele tempo ainda Atlético Paranaense sem th) foi rebatizado como "Kyocera Arena". A parceria durou três anos, chegando até 2008.

O movimento de marketing pode ser visto como visionário na época e abriu as portas para um modelo de negócios que, após 20 anos, está presente em 11 dos principais estádios, como o Allianz Parque do Palmeiras ou a Neo Química Arena do rival Corinthians, entre outros pelo país.

Tentativa no mercado de celulares

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O que poucos lembram é que a Kyocera tentou vender celulares no Brasil no início dos anos 2000, na era da tecnologia CDMA.

Modelos como o K112, o Phantom e o Slider SE47 chegaram aqui. No entanto, a empresa nunca alcançou o volume de gigantes como Nokia ou Motorola, e sua divisão mobile (que absorveu a da Sanyo em 2008) foi atropelada pela chegada do iPhone e da linha Galaxy da Samsung.

O que a Kyocera faz hoje no Brasil?

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Então a Kyocera faliu? Não. A empresa mudou seu foco no mercado brasileiro. Abriu mão da disputa pelo consumidor final (B2C) e hoje seu foco é no segmento B2B (business-to-business), ou seja, focada em vender aparelhos diretamente para empresas.

A "Kyocera Document Solutions" é forte no país em soluções corporativas no fornecimento de impressoras de alto desempenho, multifuncionais e softwares de gerenciamento de documentos para empresas. A divisão cresceu globalmente após a Kyocera absorver a Mita, uma tradicional marca de fotocopiadoras, em 2000.

A companhia ainda produz celulares, com destaque para segmentos específicos do mundo corporativo, como o ultrarresistente Duraforce Ultra 5G, principalmente para empresas ligadas à construção civil em países como Japão e Estados Unidos, mas seu maior negócio são os componentes cerâmicos avançados, painéis solares e equipamentos médicos.

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A Kyocera pode não estar mais sob os mesmos holofotes no Brasil como no início dos anos 2000, mas segue viva após mudanças em suas estratégias de negócios.

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