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iPhone SE 2022 um ano depois | Será que ele ainda faz sentido?

Por  • Editado por Léo Müller |  • 

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

Em tempos nos quais os celulares ficam cada vez maiores, modelos que vão de encontro a essas tendências acabam não fazendo sentido. Será, então, que o iPhone SE 3 envelheceu como leite fora da geladeira ou faz sentido para alguém? Agora que ele já tem um ano de mercado, resolvi passar 3 meses com o celular para te contar se o iPhone SE 3 ainda vale a pena.

O iPhone mais “barato”

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A proposta da linha Apple iPhone SE é até interessante: oferecer a “experiência de uso” do iPhone, elogiada por analistas e defendida “a ferro e fogo” pelos fãs, por preços mais acessíveis — embora nem tanto. A família já teve 3 modelos, sendo o iPhone SE 2022 o mais recente, com preços a partir de R$ 4.299.

Como “experiência de uso do iPhone”, no entanto, entende-se, apenas, o sistema operacional iOS atualizado e a boa integração da câmera com as redes sociais. E digo isso porque, no restante, o iPhone SE de 3ª geração parece uma lembrança de um passado que ninguém quer revisitar.

O iPhone que se perdeu no tempo

O primeiro problema do iPhone SE é parecer perdido no tempo. Embora tenha sido lançado em 2022, o celular utiliza o corpo e basicamente todas as características de um smartphone de 2017 — no caso, o iPhone 8. A única mudança significativa foi no processador, agora contando com conexão 5G e mais potência.

O mercado de smartphones no geral mudou completamente de 2017 para cá com a evolução da tecnologia, portanto, usar o iPhone SE (3ª geração) em 2023 foi uma mistura de nostalgia com estranheza. Foi nostálgico porque me fez sentir saudade da época na qual os smartphones eram pequenos, leves e muito confortáveis.

Provavelmente, nunca mais veremos um celular atual com tela de 4,7 polegadas e menos de 150 gramas — visto que até as tentativas da própria Apple com os modelos “mini” deram errado. Então, de fato, eu gostei dessa lembrança.

Por outro lado, por que um celular em 2022 parece tão ultrapassado? Não dá para aceitar as bordas extremamente espessas, a tela HD com brilho baixo, a bateria de 2.018 mAh que dura poucas horas, e a única câmera traseira sem modo noturno. São esses os sacrifícios necessários para ter uma “experiência de iPhone” mais acessível?

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Desempenho no dia a dia

Eu tentei usar dois modelos de iPhone no dia a dia em oportunidades passadas, mas nunca me acostumei com o iOS. Muitas coisas me incomodam na interface, como a pouca liberdade de personalização e os caminhos desnecessários para chegar em uma opção. São alguns detalhes que dificultam mais do que facilitam para o usuário.

Muitos discordam de mim sobre a intuitividade do iOS, mas a impressão que tenho é de que os usuários de longa data da Apple já estão acostumados com o sistema, então, obviamente, ele parecerá fácil e simples — em muitas ocasiões, me questionei por que alguma opção não estava no lugar mais “óbvio”.

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Com esta, foi a minha terceira oportunidade de testar o iPhone por longos períodos. Desta vez, porém, o desafio foi mais difícil, já que o iPhone SE (3ª geração) tem uma usabilidade diferente dos modelos lançados após o iPhone 8, justamente por ser menor e trazer o botão Touch ID.

Durante os três meses de uso, o desempenho do celular foi o que menos incomodou — também pudera, o processador equipado é o mesmo do iPhone 13. Ou seja, na maioria das vezes, tudo abriu com muita rapidez e fluidez, mérito do A15 Bionic.

O iOS otimizado também tem grande participação no bom funcionamento dos iPhones. Mas, o sistema da Apple não é tão perfeito como muitos acreditam: ele trava, engasga e congela em muitas ocasiões, assim como qualquer outro SO. A diferença é que, em modelos mais potentes, tais situações acontecem mais ou menos frequentemente.

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Em análises, nas quais ficamos cerca de 1 semana com os celulares, fica difícil de notar essas coisas, mas, diariamente, é notável. No iPhone SE 2022, por exemplo, esses problemas aconteceram mais vezes que em outros modelos. Não acho que seja uma falta de potência, e sim má otimização do iOS no aparelho.

Além disso, também senti que o celular aqueceu bastante nas minhas tentativas de jogar e assistir a streaming de vídeos — já era meio esperado devido ao seu corpo muito fino e o processador bem potente. E, claramente, isso afetou negativamente na duração da bateria, mal passando o primeiro dia de uso muitas vezes.

Tela muito abaixo da média

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Eu não tive muito do que reclamar do iPhone SE (3ª geração) em relação ao desempenho, mas minha experiência de uso com ele não foi tão boa. A tela LCD com resolução HD e 60 Hz está muito abaixo da média, até mesmo para modelos intermediários, o que se agrava ainda pelo preço do aparelho ser acima de R$ 4.000.

Durante os 3 meses de uso, senti pouquíssima vontade de assistir a vídeos, filmes e séries, além de jogar qualquer coisa, pela baixa qualidade da tela. Seria uma atuação esperada de um aparelho lançado em 2017, como o iPhone 8, porém inaceitável para um intermediário premium de 2022.

Por que o iPhone SE 2022 não faz sentido?

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Quanto mais eu penso no iPhone SE (3ª geração), menos ele faz sentido. Como comentei no início desta matéria: a ideia de um “iPhone barato” é interessante para quem visa entrar no mundo da Maçã, mas tudo deve ter limite e bom senso — o que parece não ter acontecido nesse aparelho.

A “experiência de uso” do iPhone que a Apple promete está, parcialmente, presente — com seu hardware e software otimizados —, como também todas as características de um celular lançado em 2017. É, literalmente, um smartphone antigo cobrando preço de um celular premium atual.

Se você procura um smartphone Apple tão compacto quanto o iPhone SE (3ª geração), minha recomendação são modelos “mini” dos iPhone 12 e 13. Dá para encontrá-los no varejo por preços não muito maiores ou menores que ele. Há, também, o iPhone 12 padrão, muito superior ao SE, que está mais acessível no momento que preparei essa matéria.

Felizmente, o futuro da linha Apple iPhone SE deve mudar a partir da 4ª geração, visto que vários rumores indicaram um lançamento mais parecido com o popular iPhone XR. Caso seja confirmado, minha aposta é de que ele será um dos aparelhos mais interessantes da empresa.

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