Criador da revolucionária bateria de íons de lítio morre aos 100 anos
Por Victor Carvalho • Editado por Wallace Moté |
Cientista americano criador da bateria de íons de lítio e pessoa mais velha a ganhar o Prêmio Nobel, John Bannister Goodenough morreu no último domingo (25) aos 100 anos de idade, apenas um mês antes do seu aniversário de 101 anos.
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Embora você possa não ter ouvido falar do Dr. Goodenough, sua criação impactou o mercado e influenciou basicamente todos os produtos eletrônicos portáteis que você possa ter utilizado nos últimos anos. O cientista é um dos creditados pela criação da bateria de íons de lítio, que oferece carregamento mais rápido, dura mais e tem maior densidade de carga em um tamanho compacto.
Em 2019, Goodenough ganhou o Prêmio Nobel de Química em reconhecimento pela criação das revolucionárias baterias de íons de lítio. O prêmio foi dividido com Stanley Whittingham e Akira Yoshino pelo trabalho com baterias de lítio.
Embora pesquisadores tenham explorado baterias de lítio no passado — como o já citado Dr. Whittingham que projetou uma célula combinando o lítio com dissulfeto de titânio que, embora pudesse conter energia, podia facilmente causar explosões — foi Goodenough que desenvolveu nos anos 1980 a bateria que conhecemos hoje.
O cientista percebeu que o lítio poderia ser usado de forma eficiente em baterias recarregáveis, então propôs um novo design de cátodo utilizando óxido de cobalto como um dos materiais nas placas positivas da bateria e lítio nas placas negativas. Isso permitiu que a bateria produzisse alta voltagem para energizar equipamentos ao mesmo tempo que poderia reter energia de forma mais eficiente.
Com a descoberta, as baterias se tornaram mais leves e compactas, resultando no desenvolvimento de aparelhos portáteis que poderiam ser facilmente transportados no dia a dia.
John B. Goodenough nasceu em 1922 na Alemanha e cresceu nos Estados Unidos, sendo formato em matemática pela Universidade de Yale e tendo feito mestrado e dourado em física pela Universidade de Chicago em 1952.
Goodenough trabalhou no Insitituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) de 1952 a 1976 e foi essencial para a criação de outro componente utilizado em produtos eletrônicos atuais: as memórias de acesso randômico, as memórias RAM.
Após o desenvolvimento da bateria de íons de lítio nos anos 1980, Goodenough forneceu as bases para um protótipo à Sony Corporation, que iniciou a fabricação e comercialização das novas baterias em 1991.
Cinco anos depois, em 1996, o grupo de pesquisa liderado pelo cientista foi responsável por descobrir uma materiai de cátodo mais seguro e ecológico.
Além do Prêmio Nobel, Goodenough recebeu outros reconhecimentos de notoriedade como a Medalha Nacional de Ciência, o Prêmio Japão, o Prêmio Charles Stark Draper, Medalha Benjamin Franklin, Prêmio Enrico Fermi, Prêmio Robert A. Welch, Medalha Copley e outros.
Goodenough foi casado por 70 anos até sua esposa falecer em 2016. Seu irmão, o antropólogo e professor da Universidade da Pensilvânia Ward Goodenough, faleceu em 2013.
Fonte: The University of Texas