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O que é e como funciona o carregamento reverso?

Por| 10 de Setembro de 2019 às 14h35

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GizChina
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De alguns anos para cá, as fabricantes de smartphones passaram a divulgar uma funcionalidade curiosa em seus lançamentos mais recentes: são vários os vídeos que mostram um celular carregando a bateria de outro, em um processo executado por indução e totalmente sem fios. Cada vez mais modelos vêm aderindo a esse recurso, que se torna um diferencial de vendas. Na indústria, isso tem nome: “carregamento reverso” ou, para alguns, “recarga inversa”.

Mas você sabe de fato o que é isso? O Canaltech explica.

Essa tecnologia faz exatamente o que diz o enunciado acima: ao encostar certos pontos de um smartphone em outro aparelho, é possível “transferir” a carga de uma bateria mais completa para o dispositivo com menos energia sem a necessidade de plugar cabo algum no aparelho nem conectá-lo à tomada.

Hoje, diversos dispositivos contam com suporte a essa tecnologia, que, no Brasil, talvez tenha se popularizado com a chegada do Galaxy S10, da Samsung. Entretanto, é importante ressaltar que ela não é livre de impedimentos e problemas. Por isso, a seguir, listamos os benefícios e os malefícios do carregamento reverso, começando pela parte boa.

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Os prós

Quem nunca se viu quase sem bateria na mesa de um bar, durante o happy hour com os amigos? Nessas horas, começa a busca por uma tomada, uma série de puxões em bolsos, bolsas e mochilas em busca de cabos e a constante preocupação de que, se o celular desligar, você não vai conseguir chamar o Uber para levá-lo para casa.

Nestes momentos, a recarga por indução, sem fios, pode ser vista como a salvação: você e um amigo possuem aparelhos com suporte a essa funcionalidade. Basta pedir o smartphone emprestado por uns instantes e você garante aquele “empurrãozinho” a mais na sua bateria, efetivamente salvando a noite.

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Há também uma facilitação no controle de transferência de energia: a recarga inversa funciona, em termos leigos, ao transformar o seu receptor em um transmissor, comunicando-se com o receptor no outro aparelho e, assim, iniciando a troca de carga. Mas mesmo essa troca tem limites: opções de ajuste no sistema operacional do seu aparelho podem restringir isso, estabelecendo limites como vistos em smartphones da Huawei e Samsung, que só transferem energia se a sua carga estiver acima de 30% para evitar que você dê toda a sua energia ao celular da outra pessoa, ficando sem nada para você.

Outra questão é a conveniência: imagine uma pessoa cujo dia a dia envolva trabalhar, ir à academia e encontrar os amigos. Bom, no trânsito para o trabalho, saindo dele e indo à academia para treinar, você já consegue imaginar quais dispositivos essa pessoa usa. Conectados, devem estar pelo menos um par de fones de ouvido e o smartphone em si. Um ou outro caso ainda traz um smartwatch. Isso significa que cada um desses dispositivos conta com a sua própria série de baterias e, cada bateria, com sua própria série de cabos e carregadores. Mais bagagem na mochila.

Com a recarga inversa, ao menos na teoria, elimina-se a necessidade de todo esse peso extra, priorizando apenas o cabo do celular (ou, em alguns casos, do dispositivo especificamente desenhado para recarga por indução). No caso dos smartphones, isso não adianta muito, haja vista que estamos falando de “apenas” dois aparelhos, mas há itens que atuam especificamente nisso e permitem a recarga de um smartphone, smartwatch e fones de ouvido ao mesmo tempo.

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Os contras

O lado ruim do carregamento reverso envolve uma compreensão um pouco mais técnica da tecnologia, mas não deixa de ser importante para o usuário mais casual.

Alguns especialistas indicam que a tecnologia é especificamente desenhada para situações emergenciais (como o happy hour que citamos) e não devem ser adotadas como padrão. Em outras palavras, não conte com ela para deixar seu smartphone em 100% de carga, a 100% do tempo. Isso porque a transferência de energia por esse método pode levar até quatro vezes mais tempo do que a recarga com fios (tomada ou baterias externas).

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Há outra questão que pode irritar muita gente: o carregamento inverso faz mal ao meio ambiente. Basicamente, a tecnologia não é 100% sincera em sua transferência de energia. Se o seu amigo despendeu, digamos, 20% de sua carga para o seu aparelho, isso não significa que você receberá 20% de “gás no tanque”, por assim dizer.

Isso porque a transferência de energia nestes casos ainda tem bastante interferência, e muito do que é despendido de um aparelho se perde no meio do caminho. Segundo um levantamento da Digikey, a perda de energia pode ficar entre 30% e 80% do valor despendido em recarga. Claro, quando consideramos apenas dois smartphones trocando energia, isso não é nada. Mas considere que a Samsung, por exemplo, espera vender 40 milhões de Galaxy S10+ em 2019 — e todos eles provavelmente usarão essa recarga indutiva em algum (ou alguns) momento(s).

Ademais, a questão da conveniência listada acima é apenas parcial: durante um processo de carregamento reverso, os dispositivos “carregadores” e os “carregados” não podem se mexer. É até óbvio falar disso, mas considere que este é um processo que envolve o toque constante dos aparelhos. Tirou o celular do lugar para atender uma ligação? A recarga é interrompida. Bateu na mesa e o aparelho moveu-se um pouco ou caiu para o lado? A recarga é interrompida de novo.

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Quais smartphones suportam carregamento reverso?

Foi a Huawei quem implantou pela primeira vez este método de recarga de bateria, com a Samsung vindo logo atrás. Hoje, a tecnologia ainda é restrita aos smartphones topo de linha, ou seja, os modelos principais de cada marca. Entretanto, já se pode identificar alguns aparelhos intermediários com capacidade alta, o que indica que, aos poucos, esse recurso vem aparecendo em dispositivos mais modestos.

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Note que, na lista acima, não citamos nenhum aparelho da Apple, mas isso não significa que a empresa de Cupertino esteja alheia a essa tendência. Na verdade, a empresa empregou a partir do iPhone 8, Apple Watch e AirPods a capacidade de recarregar esses aparelhos por contato, mas apenas utilizando bases carregadoras sem fio — se você acompanha a marca vai lembrar que a ideia do AirPower era justamente essa. Portanto, a verdade é que os equipamentos da Maçã, até agora, podem ser recarregados por indução, mas não são compatíveis com carregamento reverso — ou seja, um iPhone não consegue carregar um outro iPhone, nem um Watch ou AirPod.

Tem futuro nisso?

Até que tem. Se você parar para considerar os prós e contras da tecnologia, verá que ela oferece ajuda em horas bem adversas. A questão ambiental e a baixa transferência de energia podem ser minimizadas com evoluções tecnológicas e esses aprimoramentos devem implementar funções que minimizem o impacto ambiental.

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O lado bom disso tudo é que há benefícios a serem especulados: além de menos fios na mochila, o usuário também pode, no futuro, ser contemplado com um ecossistema de gerenciamento de energia mais aprimorado.

E você? Usa o carregamento reverso? Teve experiências boas ou ruins com ele? Conte para nós nos comentários!

Fonte: TweakLibrary; Android Authority; Cult of Mac