Como ficou o monitoramento de sono do Apple Watch após a atualização?
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller | •
Uma das funções mais interessantes em um smartwatch é o monitoramento de sono. O recurso possibilita ao usuário acompanhar com bastante precisão alguns detalhes bem importantes, como a duração dos ciclos do sono ou o tempo total que o usuário dormiu.
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No entanto, os Apple Watch sempre deixaram um pouco a desejar neste aspecto, já que não registravam informações tão relevantes quanto as que eram gravadas em relógios concorrentes. Aparelhos como o Galaxy Watch da Samsung, ou até mesmo modelos mais simples de fitness trackers, como o Amazfit GTR, sempre entregaram melhores resultados.
No entanto, a Apple começou a corrigir isso com a última versão do sistema operacional para smartwatches, o watchOS 9, e agora seus vestíveis também são capazes de monitorar o sono de forma mais completa, parecido com o que acontece com modelos concorrentes.
Mas será que esse monitoramento ficou bom, de fato? Eu testei o Apple Watch Series 7 com o watchOS 8 e o Apple Watch Series 8 com watchOS 9 e falo como era e como ficou esse recurso e se vale a pena usar o relógio inteligente da Maçã durante o sono para registrar essas informações.
Vale a pena destacar que o monitoramento mais completo é uma função do watchOS 9, então você poderá usá-lo mesmo que tenha um Apple Watch Series 7 ou até anterior, desde que esteja com o sistema mais recente.
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Como era o monitoramento de sono do Apple Watch antes do watchOS 9?
Quem usa — ou usava — o Apple Watch com watchOS 8 sabe que o monitoramento de sono do relógio não é tão bom quanto as outras funções do vestível.
O recurso mostra de forma mais discreta o tempo total de sono e quantas horas o usuário passou na cama, sem revelar detalhes sobre cada fase do sono, o que faz com que o relógio deixe bastante a desejar neste aspecto.
Além disso, o sistema também permite definir uma meta de sono, com um horário fixado para ir dormir e quanto tempo de sono o usuário tinha como objetivo, com alertas no relógio e no iPhone sobre a hora certa de ir para a cama.
É importante deixar claro que o Apple Watch registrava os dados com bastante eficiência, dentro do que era proposto, é claro. Isso quer dizer que o tempo de sono que era mostrado no relatório era bem fiel à realidade.
De qualquer forma, não chega a ser algo bom, já que até mesmo modelos simples — como a Mi Band — revela quanto tempo de sono REM, leve e profundo o usuário teve.
Como ficou o monitoramento de sono do Apple Watch com a chegada do watchOS 9?
Com o novo update lançado no segundo semestre de 2022, os relógios da Apple recebem funcionalidades mais completas, que permitem monitorar o sono de uma forma bem maior do que antes.
No watchOS 9, o Apple Watch consegue gerar relatórios mais interessantes, com a duração de cada fase do sono, que mostra o tempo de sono REM, sono profundo e sono essencial, que é a etapa mais leve e geralmente dura mais tempo.
Outro ponto positivo é que ele também indica qual foi a média de batimentos cardíacos, a frequência cardíaca e a temperatura do braço durante a noite. Esta última, no entanto, requer que o usuário vista o relógio por pelo menos cinco noites seguidas e que o dispositivo seja um Apple Watch Series 8 ou Apple Watch Ultra, já que estes têm um sensor de temperatura em seu conjunto de hardware.
Além disso, naturalmente, ele ainda mostra as mesmas informações de antes, ou seja, o tempo total de sono e os alertas para a hora de dormir. Tudo isso ajuda a compreender melhor quando uma noite é bem ou mal dormida.
No geral, o monitoramento é feito de forma um pouco confusa e me dá um pouco de receio por um motivo: apesar de algumas noites o resultado ser bastante fiel, outras eu não posso dizer o mesmo. Houve um caso, por exemplo, que ele registrou que eu dormi por mais de 8 horas, mas passei 7 horas na cama — o que não faz muito sentido.
Além disso, a necessidade de se ter uma regularidade de uso por pelo menos cinco noites para registrar os dados de forma completa, com todos os recursos disponíveis é um pouco ruim, mas que não vai incomodar tanto se você já usar o dispositivo toda noite.
Como é o monitoramento do Apple Watch em comparação aos concorrentes?
Eu usei o Apple Watch Series 8 simultaneamente com o Galaxy Watch 4 Classic — ambos atualizados para as últimas versões disponíveis. A intenção foi analisar se os resultados obtidos no novo monitoramento de sono da Apple é equivalente ao da Samsung, que por sua vez é parecido com a maioria dos outros modelos disponíveis no Brasil.
Eu achei que os dados são um pouco parecidos. Houve uma pequena variação na duração de cada fase do sono, mas isso é compreensível, já que usei cada relógio em um pulso e isso, obviamente, pode afetar na forma como as informações são guardadas no vestível.
De qualquer forma, o sono profundo nos dois casos ficou abaixo de 1 hora — o que é normal para o meu padrão de sono — e a proporção de sono leve (ou essencial) ficou muito maior do que o sono REM e profundo, como geralmente acontece comigo quando uso smartwatches que monitoram o sono.
O que ainda falta para o monitoramento de sono do Apple Watch ficar perfeito?
A chegada do watchOS 9 foi ótima para levar novas métricas ao monitoramento de sono do relógio, algo que já fazia falta há muito tempo. No entanto, ainda há um pouco a ser melhorado, ao meu ver.
Primeiro, o sistema precisa corrigir algumas inconsistências que acontecem durante o rastreamento, principalmente para dar mais fidelidade aos resultados, como o tempo total de sono e o tempo passado na cama.
Outra coisa que precisa ser ajustada é a necessidade de se usar o relógio no pulso por pelo menos cinco noites para começar a salvar os dados de temperatura do pulso. Se você é uma pessoa que não costuma vestir o dispositivo toda noite e só quer alguns dados ocasionais, isso pode ser um problema.
Por fim, também seria interessante que o relatório incluísse mais algumas informações. É comum, por exemplo, registrar qual foi a média de oxigênio no sangue durante a noite. Também seria importante dar mais precisão à métrica sobre a taxa de respiração.
Eu, por exemplo, tenho episódios de roncos durante a noite, que ocasionam apneia e prejudica a função respiratória durante o sono.
O Galaxy Watch 4 me ajuda a ter uma noção maior de como ficaram esses dados e qual a qualidade do sono. Além disso, o aparelho da Samsung também é capaz de gravar o ronco para eu ouvir quando acordar e checar se houve alguma variação preocupante. Como principal concorrente, seria interessante que o Apple Watch tivesse uma alternativa a isso.