A bateria do iPhone 13 mini dura mesmo?
Por Diego Sousa | Editado por Léo Müller | 25 de Janeiro de 2022 às 16h22
O iPhone 13 Mini melhorou muitas características que não deram certo no iPhone 12 Mini, entre elas a autonomia bateria. Nos meus testes com o aparelho, ficou nítida a evolução em relação ao seu antecessor em alguns cenários de uso.
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Mas, afinal, a bateria do iPhone 13 mini aumentou ou o consumo diminuiu? Dá para dizer que a duração da bateria ficou boa? Para responder a essas perguntas, o coloquei ao lado dos seus irmãos para conferir se, de fato, houve uma melhora real nesse quesito.
iPhone 13 mini em números
A Apple não é uma marca conhecida por ostentar números, e por “iPhone mini” você deve imaginar que não há muito o que destacar por aqui. Na época do lançamento do iPhone 12 mini, por exemplo, o smartphone foi muito criticado por trazer uma bateria de míseros 2.227 mAh.
Na geração mais recente, a Apple “melhorou” essa capacidade: agora são 2.428 mAh. Ainda são números muito inferiores se compararmos com praticamente todos os aparelhos Android e, até mesmo, seus irmãos iPhone 13, 13 Pro e 13 Pro Max.
No entanto, no período em que analisei o iPhone 13 mini, me surpreendi positivamente com a sua autonomia, melhorando muito em relação ao iPhone 12 mini de acordo com alguns dos nossos testes.
A Maçã não costuma divulgar a capacidade numérica da bateria de seus smartphones, apenas quanto tempo eles devem durar “reproduzindo vídeos”. Para o iPhone 13 mini, são prometidos 17 horas, apenas duas horas a mais que o 12 mini — em comparação, o iPhone 13 normal oferece até 19 horas.
Vamos à prática
Na prática, o que eu consegui com o iPhone mais compacto foi um pouco inferior ao que a Apple promete, embora não dê para ser fiel ao cenário criado pela empresa — até porque ela não divulga as condições de seus testes.
No Canaltech, nosso teste padrão de reprodução de vídeos inclui três horas de streaming na Netflix, com brilho e volume em 50% e conectado ao Wi-Fi. Também não usamos quaisquer chips de operadora no aparelho para eliminar a interferência da flutuação de sinal de celular.
Nesse cenário que criamos, o iPhone 13 mini gastou cerca de 7,3% de carga por hora, resultando em uma autonomia estimada de aproximadamente de 13 horas. Para comparação, o iPhone 12 mini consumiu 8%, com estimativa total de uso de aproximadamente 12 horas.
Melhorou? Nesse caso, sim, porém não a ponto de dizer que ficou ótimo ou se igualou aos irmãos iPhone 13 e 13 Pro — os quais, nas mesmas condições e testes, consumiram apenas 4,3 e 4,6%, respectivamente.
Onde está a melhoria, então?
Embora eu não tenha notado uma melhora significativa na autonomia de bateria do iPhone 13 mini em relação ao 12 mini no nosso teste de reprodução de vídeos, foi simplesmente durante o dia que ele mostrou evolução.
Em um dos dias de testes, tirei o smartphone da tomada por volta das 9h e fotografei bastante, gravei alguns vídeos, joguei alguns títulos e naveguei nas redes sociais. No fim do dia, ele tinha 62% de carga restante, um resultado excelente e muito similar aos de smartphones Android com, no mínimo, 4.000 mAh.
É claro que a autonomia do smartphone pode variar conforme o uso de cada pessoa. Por exemplo, caso você jogue mais durante o dia ou grave vídeos em 4K a 60 fps, além de incluir um chip de operadora no aparelho, a duração pode cair drasticamente.
Pelo menos, já é uma autonomia muito mais interessante que a do iPhone 12 mini, o qual mal conseguiu durar um dia longe da tomada.
Com relação aos outros integrantes da família iPhone 13, no entanto, o modelo mini ainda fica bem atrás. Meu colega Felipe Junqueira forçou bastante o iPhone 13 durante um dia, especialmente em jogos e redes sociais. Por volta das 18h, ele tinha 77% de carga restante, com 5 horas de tela ativa.
A15 Bionic: o responsável pela maior eficiência
O grande responsável pelo ótimo gerenciamento de bateria do iPhone 13 mini é o chipset A15 Bionic, que aprimorou seus núcleos de alto desempenho e eficiência em relação ao A14 Bionic.
Segundo análise detalhada do A15 Bionic feita pelo site Anandtech, além das duas novas microarquiteturas de CPU incluídas pela Apple, os núcleos voltados para eficiência tiveram um aumento de 10,5% na velocidade, com uma frequência máxima de 2.016 MHz.
Além disso, as melhorias nos núcleos de desempenho também resultaram numa maior eficiência energética, mais precisamente 17% menos consumo de energia em sua potência máxima em relação ao A14.
Talvez esses dados expliquem o maior tempo longe da tomada durante o dia a dia, pois o chipset A15 Bionic consegue desacelerar ou acelerar seus núcleos dependendo do conteúdo, como ao mexer nas redes sociais, jogar ou gravar vídeos.
Vale mencionar, ainda, que o iPhone 13 mini — e o iPhone 13 normal — não precisam se preocupar com altas taxas de atualização da tela, portanto é menos um recurso para consumir energia.
A bateria melhorou, mas vale a pena?
Como eu comentei na minha análise completa do iPhone 13 mini, é difícil recomendar um aparelho que evoluiu pouco em relação à geração passada e que ainda custa tão caro.
A bateria foi a única melhoria significativa que notei durante os testes quando comparado com o iPhone 12 mini, modelo que realmente não agradou pela duração da carga.
Ou seja, caso você já tenha um iPhone 12 mini e esteja pensando em fazer o upgrade, minha sugestão é: não faça. Gastar cerca de R$ 1.500 a mais para ter mais bateria é algo que não recomendaria para qualquer um, apenas se você estiver disposto a gastar esse valor extra.
Agora, se você estiver buscando um iPhone compacto, o iPhone 12 mini ainda pode valer a pena se seu uso não for muito exigente. Apesar da autonomia de bateria medíocre, você ainda terá desempenho excelente para todas as tarefas, câmeras competentes e iOS atualizado.
O iPhone 13 mini só é recomendado aos usuários que querem sempre ter o iPhone de última geração e não se importa em gastar o valor extra. Nesse caso, pode apostar nele que você não vai se arrepender.