Review Motorola Razr 50 | Um celular intermediário dobrável
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller |
Em setembro, a Motorola trouxe ao mercado brasileiro o Razr 50, seu celular dobrável mais barato para o ano de 2024. O celular chega como uma versão mais leve do Razr 50 Ultra e agora conto nesse review se o telefone faz sentido ou se é melhor apostar em uma alternativa.
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Usabilidade e recursos
O grande destaque do Razr 50 é, sem dúvidas, o design dobrável no formato flip. Assim, o smartphone pode ser usado tanto fechado, com a tela externa, como aberto, de modo tradicional. A tela externa permite usar praticamente qualquer app instalado no celular, mas é claro que alguns podem não ter a interface adaptada para isso.
Eu, particularmente, não notei nenhum problema grave de exibição. A única dificuldade maior que tive foi para digitar em mensageiros, como WhatsApp e Telegram. Isso porque o teclado já cobre toda a tela externa, então é preciso digitar, depois fechar o teclado e, por fim, enviar a mensagem. Mas isso não chega a ser um desafio, é mais questão de adaptação.
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O que achei interessante é que quando estou usando um app com o celular desdobrado e então fecho, o sistema oferece a opção de fechar o aplicativo ou abrir na tela externa. É possível configurar para que o sistema sempre feche o app, sempre o mantenha aberto ou pergunte cada vez que o dispositivo for fechado.
Também dá para usar a câmera traseira com o celular fechado e, assim, aproveitar uma qualidade melhor para selfies.
Câmeras
O Razr 50 oferece três formas de você tirar fotos com a câmera traseira: com o smartphone aberto pelo viewfinder na tela interna, desdobrado e o viewfinder na tela externa e dobrado. Assim, o telefone se torna uma boa opção para tirar selfies com alta qualidade. Se preferir, o aparelho ainda possui uma câmera frontal, que é mais indicada para o uso em videochamadas.
A qualidade de imagem é, no geral, boa. A câmera principal tira boas fotografias tanto com o celular aberto, quanto fechado. No entanto, é interessante ter um pouco de atenção ao fotografar com ele dobrado. Enquanto eu usei, aconteceu de eu, sem querer, manter o botão obturador pressionado por milésimos de segundo e o celular tirou fotos contínuas, mas salvou apenas uma. Com isso, a qualidade ficou um pouco inferior se comparada às demais, com o dispositivo desdobrado.
Então, ao tirar fotos com o Razr 50 dobrado, dê preferência para capturar com um toque rápido no display, para evitar que isso aconteça.
O único problema que vi nas câmeras — e isso em qualquer modo, seja dobrado ou desdobrado — é que o pós-processamento trabalha demais e, em alguns casos, as fotos ficam com um tom quente em alguns cenários após o “ajuste” do software.
Isso pode incomodar um pouco os amantes de fotografia, mas não chega a ser um problema que prejudica tanto a qualidade de imagem.
Intermediário com bom desempenho
O Motorola Razr 50 é equipado com um chipset intermediário, sendo assim um dos primeiros celulares dobráveis com especificações mais simples. Há outros modelos no mercado oriental, mas no Brasil é o primeiro.
Ainda assim, o smartphone tem um desempenho bem fluído e consegue executar suas tarefas com agilidade. Até em multi-tarefas é possível abrir vários apps simultaneamente. Naturalmente, porém, o dispositivo pode perder um pouco de velocidade em tarefas muito pesadas, mas no geral aguenta bem.
O Razr 50 também tem uma performance boa para jogos. Como a maioria dos títulos é otimizada para rodar com qualquer chip, talvez seja necessário reduzir um pouco a qualidade gráfica e taxa de quadros, especialmente em jogos de tiro em primeira pessoa (FPS). Mas nada que comprometa tanto a experiência.
Já no nosso teste de desempenho padrão, feito no app AnTuTu Benchmark, o aparelho chegou a uma marca de 691.250 pontos gerais. Como comparação, o Galaxy A55 marcou 725.137 pontos. Apesar de ser um dobrável, não compete em termos de desempenho com modelos como Galaxy Z Flip ou Xiaomi Mix Flip.
Design, construção e tela
O Motorola Razr 50 tem um design bem sofisticado. Fechado, a parte frontal toda é tela, com apenas o recorte para a dupla de câmeras traseiras e uma pequena “testa”, feito no mesmo material que o restante do corpo do telefone — um “tecido” com um aspecto um pouco emborrachado.
O mecanismo de dobra é bastante discreto e passa uma sensação de resistência, de que irá aguentar bastante tempo de uso sem estragar. O componente também deixa a dobra da tela bem vedada, sem riscos de entrar sujeiras. As bordas, porém, são muito espessas, principalmente se comparada ao Galaxy Z Flip. Assim, o aproveitamento do corpo não é tão alto.
A tela é um painel AMOLED de 6,9 polegadas com taxa de atualização de 120 Hz. O display oferece um bom nível de exibição e cores bem intensas.
Bateria de longa duração
A bateria certamente é um ponto forte do Motorola Razr 50, com capacidade de 4.200 mAh e suporte para carregamento rápido de 30 W. Na prática, o dobrável tem uma boa autonomia e consegue, tranquilamente, passar um dia inteiro longe das tomadas. No nosso teste padrão, que simula um uso de 6 horas, o consumo foi de 27%.
Dessa forma, estima-se que a autonomia total chegue a 22 horas. Quanto ao carregamento, é necessário cerca de 1 hora para ir de 0 a 100%.
Concorrente direto
Infelizmente, não há concorrentes para o Razr 50 em termos de desempenho no Brasil. Isso porque o celular é o primeiro intermediário dobrável no nosso país. Entretanto, é inevitável compará-lo ao Galaxy Z Flip 6, que é o dobrável mais popular por aqui.
Em relação à usabilidade, os smartphones são bem parecidos, com uma tela externa que permite uma boa usabilidade no modo fechado. Porém, o modelo da Moto leva um ponto por já oferecer o suporte para execução de qualquer app na tela externa de forma nativa, enquanto no Galaxy é preciso baixar o Good Lock para ativar essa opção.
Tirando isso e o fato que a bateria do Razr 50 dura um pouco mais, o Galaxy Z Flip 6 leva vantagem em todos os outros aspectos. O Samsung tem câmeras melhores, desempenho melhor e até um design que passa mais sensação de robustez, inclusive diminuindo a percepção do vinco da dobra na tela.
Quanto ao preço, o momento não é favorável para o Razr 50. Por se tratar de um modelo mais recente, seu preço continua um pouco salgado — por volta de R$ 5.000. Essa é mais ou menos a mesma base de preços do Z Flip 6, que é um celular topo de linha, além de dobrável.
Vale a pena comprar o Motorola Razr 50?
No momento, não vale a pena comprar o Motorola Razr 50 por algo em torno de R$ 5 mil. O telefone tem um grande potencial de se tornar o melhor custo-benefício entre os dobráveis, mas está com um preço bem alto para ser considerado um. Pela mesma faixa de preço, já é possível comprar um celular topo de linha dobrável, como o Galaxy Z Flip 6.
Mas é importante destacar que Razr 50 é um excelente aparelho, com bom desempenho e um conjunto de câmeras respeitável. Assim, se seu preço cair para cerca de R$ 3.000, já começa a fazer mais sentido.