Por que o Oscar tem esse nome?
Por Durval Ramos • Editado por Jones Oliveira |
O Oscar não é a única premiação de cinema, mas certamente é a mais famosa em todo o mundo — e, por isso mesmo, também a mais importante. Todo mundo conhece a icônica estatueta dourada e o que ela representa. No entanto, pouca gente sabe que o nome do prêmio se tornou Oscar por acaso e que esse é apenas um apelido que pegou ao longo dos anos.
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A ideia de premiar os melhores filmes, atores e diretores de cada ano surgiu pouco tempo depois da criação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, em 1927. A proposta era celebrar a indústria ao mesmo tempo em que encorajava outros profissionais a darem seu melhor em trabalhos futuros. Foi assim que, dois anos depois, a cerimônia tão tradicional teve sua primeira edição.
E, para coroar a conquista desses filmes, a Academia bolou um troféu que simbolizasse toda a grandeza que eles tinham imaginado para o evento. Porém, embora tenham chamado o chefe dos artistas do estúdio MGM, Cedric Gibbons, para criar o conceito da estatueta, ninguém se preocupou em dar um nome oficial para ela.
Por isso é que o maior prêmio do cinema em todo o mundo foi batizado apenas de Prêmio de Mérito da Academia (Academy Award of Merit, no original). Bem sem graça, é verdade, tanto que não demorou quase nada para que o Oscar que conhecemos surgisse.
A origem do Oscar
A grande questão em torno do nome Oscar é que, justamente por ser algo tão folclórico, não há uma origem precisa de como surgiu. A própria Academia diz não ter certeza de quem foi o autor do apelido e credita três versões como as mais prováveis para o surgimento do careca mais famoso e cobiçado do cinema.
A primeira hipótese é a mais conhecida e, para muita gente, também a mais provável. Reza a lenda que, logo após o escultor George Stanley entregar as primeiras versões do troféu, a bibliotecária da Academia — e futura diretora executiva do sindicato —, Margaret Herrick, brincou dizendo que a estatueta era parecida com seu tio Oscar.
Ninguém conheceu o tal Oscar, mas o fato é que a piada fez sucesso nos bastidores não só da Academia, mas se espalhou por Hollywood de modo que atores, diretores e produtores passaram a se referir ao Prêmio de Mérito da Academia apenas pelo parente de Herrick. Da noite para o dia, Oscar virou o tio mais famoso do mundo.
Outra versão parecida, embora não tão popular, é de que foi a atriz Bette Davis (A Malvada) quem cunhou o apelido ao comparar a estátua com outro parente. No caso, seria seu marido, o músico Harmon Oscar Nelson.
Já a terceira possibilidade apresentada pela própria Academia é menos fabular. Segundo ela, o nome Oscar não teria surgido de um comentário inocente de uma bibliotecária ou da brincadeira de uma atriz, mas da língua ferina de um jornalista.
Na verdade, é o próprio jornalista Sidney Skolsky que diz ser o autor do nome. Ele era um colunista de fofoca que escrevia para o New York Daily News e que, em 17 de março de 1934, publicou pela primeira vez em um jornal sobre o tal do Oscar. Sem detalhar o porquê do apelido à estatueta, é assim que ele chama o troféu conquistado por Katharine Hepburn em seu papel em Manhãs de Glória.
Na verdade, é um pouco difícil acreditar que Skolsky cunhou o nome. Pelo contexto, parece muito mais que ele apenas colocou no papel a piada interna que já circulava na indústria do cinema há mais tempo, ajudando a popularizar a brincadeira. De qualquer forma, ele é um dos grandes responsáveis por ajudar a fazer com que o Oscar se tornasse muito mais famoso que o sem graça Prêmio de Mérito da Academia.
Quando a Academia se dobrou ao Oscar
Como acontece com qualquer apelido, ele só pega quando você o rejeita — e foi assim com o Oscar. Embora a gente veja a Academia ostentando o nome ano após ano em cada edição da premiação, a verdade é que ela demorou um tanto para abraçar o nome informal.
Foi somente em 1939 que ela deu o braço a torcer e trouxe o Oscar para dentro da cerimônia. Tanto que, desde então, a cerimônia como um todo passou a ser chamada dessa forma, até como uma forma de simplificar as coisas e tornar o evento mais amigável para o público. E depois de tanto tempo desde a primeira cerimônia, parece que a estratégia deu certo.