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Salesforce confirma compra do aplicativo de mensagens Slack por valor recorde

Por| 01 de Dezembro de 2020 às 20h05

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Divulgação / Slack
Divulgação / Slack
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Líder mundial do mercado de sales cloud, a Salesforce confirmou nesta terça-feira (1º) a aquisição do aplicativo de mensagens corporativas Slack. E por um valor bem maior do que o projetado inicialmente: US$ 27,7 bilhões. Isso porque, na última semana, quando as notícias a respeito da negociação foram divulgadas, o acordo estava estimado em US$ 17 bilhões.

Nos termos do acordo, os acionistas da Slack receberão US$ 26,79 em dinheiro / por ação e 0,0776 ações ordinárias da Salesforce para cada papel da plataforma de mensagens. Dessa forma, a soma representaria os US$ 27,7 bilhões divulgados acima, com base no preço de fechamento das ações ordinárias da Salesforce no último dia 30 de novembro.

Em comunicado, o Slack afirma que combinar sua plataforma de mensagens com o Salesforce Customer 360 será transformador para os clientes de ambas as companhias e para o setor de soluções na nuvem. A combinação criará todo um sistema operacional para a nova maneira de trabalhar, permitindo que as empresas cresçam e apresentem melhor performance.

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Em nota ao mercado, Marc Benioff, co-fundador e CEO da Salesforce, afirma:

"Este negócio é um encontro feito no céu. Juntos, o Salesforce e o Slack irão moldar o futuro do software empresarial e transformar a maneira como todos trabalham no mundo totalmente digital e de qualquer lugar ”. 

Já Stewart Butterfield, CEO do Slack, declarou, também em comunicado:

“Como o software desempenha um papel cada vez mais crítico no desempenho de cada organização, compartilhamos uma visão de complexidade reduzida, maior poder e flexibilidade e, em última análise, um maior grau de alinhamento e agilidade organizacional. Pessoalmente, acredito que esta é a combinação [Slack + Salesforce] mais estratégica na história do software e mal posso esperar para começar”.
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Mesmo se tornando uma unidade operacional da Salesforce, o Slack continuará a ser administrado por Butterfield.

Integração

Um dos planos de integração passa pelo uso do Slack Connect, que permite a comunicação e colaboração entre os funcionários de uma empresa e todos os seus parceiros externos, de fornecedores a clientes. A ideia será integrar essa ferramenta a cada solução do Salesforce Cloud.

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Como a nova interface do Salesforce Customer 360, o Slack deve funcionar como um messenger, não apenas interno, mas também para os clientes da Salesforce, trazendo as informações de todos os seus outros aplicativos e sistemas de negócios. Dessa forma, será criado um hub de dados e comunicação, permitindo uma tomada de decisões mais ágil.

"No ponto" para venda 

Para muitos analistas, a venda do Slack era uma questão de tempo. Em 2020, a empresa perdera cerca de 40% de seu valor, desde que colocou suas ações na Nasdaq. Em sua última apresentação de resultados trimestrais, a companhia sofreu uma desvalorização de 16%. E antes das negociações com a Salesforce vazarem, ela valia apenas alguns dólares por ação a mais do que seu preço de referência de listagem direta.

Some isso a perdas líquidas de US$ 147,6 milhões durante os dois primeiros trimestres de 2020 e a avaliação do mercado é que o Slack apresentava um caminho sinuoso para dar lucros. Com isso, ele se tornou um alvo fácil para uma aquisição como esta. Só que o valor da aquisição causou surpresa.

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Analistas e sites especializados, como o Yahoo Finance davam conta de que o valor de mercado do Slack girava em torno de US$ 25 bilhões. Os papeis da empresa subiram cerca de 48% em relação à avaliação que antecedeu o negócio.

Microsoft que se cuide

A compra do Slack também coloca a Salesforce como a mais forte competidora da Microsoft - rival e parceira ao mesmo tempo. A criadora do Windows conta com o também popular Teams, que vem disputando mercado de forma direta com o Slack.

O curioso é que a Microsoft declinou de comprar o Slack em 2016, por pouco mais de um terço do valor pago pela Salesforce. Na época, a empresa decidira se concentrar no Skype. Agora, ela faz do Teams a sua prioridade-máxima, inserindo novos recursos na plataforma constantemente.

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No entanto, o Slack tem uma vantagem crucial em relação ao Teams: sua capacidade de integração com outros softwares corporativos. Isso facilita, por exemplo, o uso de bots para atendimento, algo que permitirá uma melhor comunicação com os clientes da Salesforce, criando um hub para trabalhar, sem mudar o foco, texto, voz e vídeo poderão rodar no Slack.

O negócio de hoje acontece após a compra da Quip pela Salesforce em 2016 por US$ 750 milhões. A solução trouxe uma forma de compartilhamento social de documentos para a companhia. E, quando combinada com a aquisição da Slack, dá à Salesforce uma plataforma social muito mais robusta. Até porque a Chatter, uma tentativa interna interação social empresarial, nunca caiu, realmente, nas graças do público.

Histórico de compras

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Nos últimos anos, a Salesforce fez uma série de aquisições para aumentar seu alcance, incluindo uma aquisição de mais de US$ 15 bilhões da plataforma de análise de dados Tableau Software no ano passado. Neste ano, em um acordo de menores proporções, ela comprou a fornecedora de software em nuvem Vlocity, por US$ 1,3 bilhão, bem como a MuleSoft, em 2018, por US$ 6,5 bilhões. A última compra foi a da The CMO Club, uma rede de marketing, por um valor não revelado no início de março.

A companhia também está de olho em companhias de social media, após ser superada pela Microsoft na compra do LinkedIn em 2016. No mesmo ano, ela manteve negociações para comprar o Twitter, mas as conversas foram canceladas depois que os acionistas recusaram a ideia.

Recentemente, analistas especularam que a Salesforce precisaria contar com aquisições para manter seu rápido ritmo de crescimento; uma nota de um analista do UBS disse que a empresa estava sofrendo de uma "falta de inovação ". A Salesforce e a Slack têm uma parceria desde 2016 e a expandiram no ano passado para que os usuários pudessem se mover com mais facilidade entre os dois serviços em nuvem.

Para Slack, o caminho percorrido ao se tornar uma empresa pública foi repleto de exageros e expectativas superestimadas. O serviço foi lançado em 2009 como uma empresa de jogos chamada Tiny Speck, mas, curiosamente, foi o seu app de mensagens - que havia sido desenvolvido para uso interno - que despertou mais interesse das empresas. A empresa também está tentando se expandir para se tornar uma plataforma que as empresas possam usar para unir com partes de softwares.

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Antes um produto de nicho popular entre os desenvolvedores de tecnologia, o Slack se tornou mais popular à medida que a pandemia do coronavírus enviava milhões de trabalhadores de escritório para o regime de home office. Mas, ao contrário de outras empresas de trabalho remoto, cujas ações dispararam nos últimos meses, como o Zoom, as ações da Slack subiram de forma modesta. Em junho, sua administradora retirou sua orientação para o faturamento de 2020, citando incertezas sobre o curso da pandemia.

Com informações do TechCrunch

Fonte: Slack