Jovens adultos estão adotando bancos digitais no lugar dos tradicionais
Por Márcio Padrão | Editado por Claudio Yuge | 25 de Maio de 2022 às 21h20
Um relatório publicado este mês pela empresa estadunidense de análise de dados Fico mostra que cada vez mais jovens consumidores dos EUA, especificamente os das gerações X, millennials e Z, consideram bancos digitais como seu principal provedor de conta corrente, em vez de bancos tradicionais.
O relatório identificou cinco ameaças competitivas aos bancos tradicionais e cooperativas de crédito:
- Cheque especial;
- Poupança e investimento;
- Compras a prazo (buy now, pay later, em inglês);
- Neobancos de nicho;
- Open banking.
O relatório, feito em conjunto com a Cornerstone Advisors, observa que, embora muitos consumidores dos Estados Unidos estejam satisfeitos com a qualidade dos bancos tradicionais e das cooperativas de crédito, a porcentagem dessas três gerações mais jovens que escolheram fintechs em vez de bancos dobrou, chegando a 12% do total de clientes a partir de 2020.
Além disso, hoje, apenas 25% da geração Z usam um grande banco para sua conta corrente principal, contra 35% em 2020. No caso de millennials e geração X, os percentuais de clientes dos grandes bancos caíram quase metade durante esse mesmo período. E 47% dos executivos de bancos e cooperativas de crédito dos EUA disseram que as fintechs são uma "ameaça significativa" na próxima década.
Os megabancos nos EUA — como Bank of America, JPMorgan Chase e Wells Fargo — são mais estabelecidos e operados de forma conservadora, com produtos bancários e práticas de segurança tradicionais. Já as fintechs — PayPal, Cash App e Chime, por exemplo — mantêm operações menores e ágeis adaptadas às necessidades financeiras específicas dos clientes.
Além disso, os bancos digitais usam tecnologias de ponta como inteligência artificial e aprendizado de máquina para otimizar os ganhos e personalizar o atendimento ao cliente. Os mais jovens desejam serviços mais portáteis e personalizados de seus bancos, acompanhados de ofertas e soluções que os ajudem a planejar sua vida financeira.
O estudo ainda estima que houve um financiamento acumulado de US$ 131,5 bilhões (R$ 642 bilhões) para fintechs em todo o mundo apenas em 2021. Enquanto isso, bancos tradicionais e cooperativas de crédito estão perdendo sua posição como o principal provedor de serviços financeiros. Portanto, estes devem se adaptar para oferecer mais valor aos consumidores e criar serviços de nicho. Ou seja, em resumo, promover mais transformação digital.
Fonte: ZDNet