Transformação digital tem sido cada vez mais rápida, mas traz consigo exigências
Por Sergio Santos | 25 de Junho de 2021 às 10h00
À medida que a força de trabalho passou a conter cada vez mais nativos digitais completos, foi preciso analisar e compreender que esses profissionais definirão todo um novo modo de aplicar a tecnologia em diversas esferas da vida. Antes, para esses usuários, ela era uma ferramenta de distração e uso casual, que proporcionava entretenimento e aproximação para comunidades ao redor de todo o mundo. Daqui para frente, os meios tecnológicos serão cada vez mais usados no trabalho, para aumentar a produtividade e possibilitar novas formas de desenvolvimento.
Estes profissionais modernos não se contentam mais em lidar com tecnologia de baixo desempenho ou dispositivos desatualizados, mas sim, exigem e necessitam para suas atividades equipamentos poderosos e flexíveis, que permitam trabalhar e realizar diversas atividades ao mesmo tempo em qualquer lugar. Caso o aparelho opere em alta performance, é melhor ainda.
De acordo com o relatório de McKinsey “Transformações digitais no Brasil: insights sobre o nível de maturidade digital das empresas no país”, três setores empresariais apresentaram pontuação superior aos demais na Pesquisa A&DQ Brasil: serviços financeiros, varejo, e telecomunicações e tecnologia, enquanto bens de consumo, transporte e infraestrutura, indústria de base e indústrias avançadas contam com notas bastante inferiores. O relatório analisou diversas ferramentas relacionadas à digitalização, como processos, conectividade, entre outros, e apontou uma série de ações que empresas podem então aplicar para aprimorar o sucesso das transformações digitais. Duas delas, que estão dentro da dimensão de “Organização”, são “Garantir a responsabilização pela transformação” e “digitalizar ferramentas e processos de trabalho de uso diário”, ampliando assim, a tomada de decisões baseadas em dados, por exemplo.
Neste sentido, uma das exigências trazidas por essa aceleração da transformação é a renovação constante dos equipamentos tecnológicos e softwares das empresas. Se considerarmos ainda os momentos de crise, onde o uso da tecnologia é ainda mais impulsionado, essa pressão fica ainda mais nítida, já que a demanda pelo digital é enorme, mas torna-se difícil realizar grandes investimentos para atendê-la.
Entretanto, é interessante levar em consideração que esta renovação tecnológica traz outros benefícios que não englobam apenas a eficiência no campo digital propriamente dito. Ela é na verdade uma peça-chave para redução de custos, uma vez que equipamentos antigos aumentam os custos de manutenção e atualização, não permitem a otimização de processos e tarefas, além de poder causar downtime e falhas de segurança.
Este último tópico, aliás, é crucial quando mencionamos um mundo tão digitalizado, que cada vez mais contará com inteligência artificial, operações em nuvem, e ao mesmo tempo, tem promovido constantes debates sobre uso e proteção de dados, tanto individuais quanto corporativos. Um estudo afirma que 60% das empresas encerram suas atividades dentro de seis meses após serem vítimas de uma violação de dados ou ataque cibernético, de acordo com o CimTrak. Ou seja, apenas um pequeno erro no sistema de segurança de uma empresa pode gerar perdas catastróficas para o negócio.
Além de perdas financeiras, a transformação digital deve levar em consideração a economia de energia. Esta é uma via de mão dupla, já que um equipamento atualizado ajuda a gastar menos conta de luz, por exemplo, e contribui para um uso mais sustentável da tecnologia. Daqui a alguns meses, em julho, a ONU promoverá mais uma edição do Fórum Político de Alto Nível, que focará na recuperação sustentável pós-pandemia da Covid-19 e a contribuição para a realização da Agenda 2030. Para a tecnologia, empresas então deverão investir para oferecer soluções que contem com melhores condições de sustentabilidade, incluindo economia de energia, redução na emissão de poluentes e descarte de materiais tóxicos.
O relatório de insights da McKinsey aponta que “o sucesso da transformação digital de uma empresa será determinante para sua permanência no mercado brasileiro atualmente e no futuro”, e eu não poderia concordar mais, acrescentando ainda não apenas a permanência, mas a competitividade, seja com pequenos, médios ou grandes players. Diante desse cenário, é possível identificar inúmeras estratégias e oportunidades a serem aplicadas. Compreender as necessidades do negócio e realizar investimentos precisos serão a chave para colher bons frutos para a empresa e na contribuição ao próprio mercado.