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Intel anuncia fim de parceria de anos com a China

Por| 26 de Fevereiro de 2019 às 19h58

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Intel anuncia fim de parceria de anos com a China
Intel anuncia fim de parceria de anos com a China
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A Intel anunciou nesta terça-feira (26) que está abandonando uma negociação de anos para o compartilhamento de tecnologias 5G com o governo chinês e, de acordo com a Nikkei Asian Review, o motivo do cancelamento das negociações foi a preocupação da Intel com as crescentes tensões entre os governos dos Estados Unidos e da China.

As negociações haviam se iniciado em 2014, quando a Intel adquiriu 20% das ações da Tsinghua Unigroup, uma fabricante de chips que pertence ao governo chinês. Essa aproximação culminou com, em fevereiro do ano passado, ambas as empresas anunciando uma parceria para o desenvolvimento de soluções para a criação de um smartphone Android com suporte a redes 5G, que deveria ser lançado na China no segundo semestre deste ano.

Mas, cerca de um ano depois do anúncio da iniciativa conjunta, a Intel confirmou o fim da parceria. Apesar da empresa dizer oficialmente que foi um acordo mútuo, a Nikkei revela que a decisão foi algo que partiu somente da Intel, que desde a saída do CEO Brian Krzanich, um dos idealizadores e defensores da parceria, a empresa vem negociando uma separação por medo de sofrer represálias do governo dos Estados Unidos por estar não apenas se aliando a uma empresa chinesa, mas que pertence diretamente ao governo do país.

Os principais motivos do desentendimento entre governos que fizeram a Intel se afastar da Unigroup teriam sido não apenas a Guerra Fiscal que ambos os países estão travando há cerca de um ano, mas também as acusações de que a Huawei e a ZTE estão usando seus equipamentos para espionar as comunicações dos Estados Unidos — e a Intel tinha receio de que, em meio a tantas investigações de espionagem, continuar a parceria com o governo chinês poderia fazê-los parecer como traidores aos olhos do público.

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Além disso, também já ocorreram diversas mudanças no cronograma de lançamentos de modems 5G, decidindo ignorar toda sua “primeira geração” desses componentes — previstas para 2019 — e focar no desenvolvimento de soluções mais potentes, o que fará com que os primeiros modems 5G da empresa só serão lançados para uso público em 2020. Essa foi uma decisão considerada arriscada, já que todas as concorrentes da empresa irão lançar seus primeiros aparelhos com suporte a redes 5G ainda este ano.

Após o anúncio do fim da parceria com a Intel, a Unigroup afirmou que passará a desenvolver modems 5G próprios sem a ajuda da gigante dos semicondutores, e que ainda pretende lançar em um futuro próximo o tal smartphone no qual ambas as empresas estavam trabalhando.

Fonte: Venture Beat