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Mudanças no Google Chrome devem inutilizar diversas extensões de adblock

Por| 25 de Janeiro de 2019 às 09h38

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Mudanças no Google Chrome devem inutilizar diversas extensões de adblock
Mudanças no Google Chrome devem inutilizar diversas extensões de adblock

Depois de anos funcionando da mesma maneira, a Google pretende mudar a forma com que apps e extensões se integram ao Chrome. A empresa alega que a mudança é necessária para localizar e combater mais rapidamente extensões maliciosas usadas para espalhar vírus e malwares, mas terá um efeito colateral que deve desagradar os usuários. Isso porque a alteração deve fazer com que algumas das extensões mais populares para bloqueio de anúncios deixem de funcionar.

O plano foi revelado em um documento chamado Manifest V3, publicado no Drive de forma pública em novembro de 2018. Nele, a Google explica que a intenção por trás da mudança é aumentar a segurança das extensões, garantindo aos usuário um controle maior sobre a função de cada uma e com quais sites elas interagem, melhorando o desempenho de cada uma delas. Uma das mudanças será proibir que as extensões façam download de códigos de servidores remotos, de maneira a evitar que criminosos submetam um programa para aprovação na Chrome Web Store e, depois que a extensão for instalada, façam automaticamente o download de um código malicioso para instalar um malware na máquina.

Mas o que deve afetar os adblockers são as mudanças feitas em uma API chamada webRequest. Hoje, ela funciona fazendo com que o browser peça para a extensão examinar cada pedido que vem da rede, o que permite que as extensões identifiquem quais dos dados transmitidos são anúncios para então bloqueá-los. O que acontece é que, como a aplicação precisa examinar cada ação e dar o veredito individualmente, a Google considera esta uma aplicação que torna a navegação mais lenta.

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A ideia é substituir tudo isso por uma API chamada declarativeNetRequest, que, ao invés de pedir para que a extensão examine cada elemento individualmente, cria declarações para o browser como “bloqueio tudo que se parece com X, redirecione o que se parece com Y e libere todo o resto”. Dessa forma, o próprio Chrome poderá fazer a comparação e tomar a decisão apropriada, tornando o carregamento das páginas mais rápido.

Além de tornar a operação mais rápida, a nova API também aumentaria a privacidade dos dados enviados. Como a extensão não irá mais avaliar individualmente cada transmissão, ela também não teria acesso a cookies ou outros dados que podem revelar informações pessoais dos usuários.

Apesar das melhorias, essa mudança seria um enorme problema para os adblockers, roubando-lhes a flexibilidade e impedindo a criação de padrões e critérios de averiguação mais complexos. Essa mudança também significa que a lista de URLs que devem ser bloqueadas ou redirecionadas deverá ser uma lista estática contida dentro de um arquivo JSON na extensão. Por conta disso, essa lista operaria com um limite máximo de 30 mil itens. Para se ter uma ideia, hoje a uBlock Origins (umas das extensões do tipo mais usadas) já é baixada com 90 mil filtros e pode ter sua biblioteca atualizada para funcionar com cerca de meio milhão.

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Mas isso não quer dizer que todas as extensões de adblock irão sofrer com a mudança. A sintaxe usada pela nova API da Google é bastante similar à utilizada pela extensão AdBlock Plus, então os desenvolvedores dessa extensão não deverão ter muitos problemas em adaptá-la para a declarativeNetRequest. Mas qualquer extensão que utiliza regras mais complexas ou que identifique mais tipos de anúncios simplesmente deixará de funcionar com a mudança.

Por enquanto, ainda não há uma data para quando ocorrerão essas mudanças, e mesmo depois disso é de se esperar que haja um período de transição, durante o qual ambas as APIs (tanto a antiga quanto a nova) estarão funcionando.

Fonte: Ars Technica