Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Sony compra a EMI e se torna a maior gravadora musical do mundo

Por| 22 de Maio de 2018 às 10h44

Link copiado!

Sony compra a EMI e se torna a maior gravadora musical do mundo
Sony compra a EMI e se torna a maior gravadora musical do mundo
Tudo sobre Sony

A Sony anunciou nesta terça-feira (22) a compra da EMI, em um movimento que a torna a maior gravadora e distribuidora musical do mundo. O negócio tem valor estimado em US$ 2,3 bilhões e traz dois milhões de novas músicas para o portfólio da marca, com artistas como Calvin Harris, Sia, Alicia Keys, Kanye West, Pharrell Williams, Sam Smith e Drake passando a fazer parte do conglomerado.

O foco da negociação é o mercado de streaming, visto como um grande gerador de margens para a companhia. A aquisição também seria parte da transição corrente da empresa, um processo iniciado pelo antigo CEO da companhia, Kazuhiro Hirai, que desviou a atenção da Sony do campo das tecnologias para o consumidor final, que gerava pouco lucro, para outros setores como games, cinema e o mercado musical, mas sem abandonar as bases e as raízes da companhia.

A negociação com a EMI, agora, marca o primeiro grande movimento estratégico realizado por Kenichiro Yoshida, que assumiu o posto de CEO em fevereiro com a saída de Hirai. A ideia é aumentar os ganhos oriundos de licenciamento de entretenimento, renovando o trabalho realizado com as marcas que fazem parte da empresa. Sendo assim, os altos ganhos com royalties a partir da reprodução de artistas renomados em serviços de streaming compensam os custos da aquisição.

Em declaração sobre a negociação, Yoshida afirmou que os ganhos com royalties serão um dos pilares de longo prazo da Sony, dando a entender que a indústria musical não deve ser a única a entrar nessa dança. Além disso, trata-se de um aumento de controle em uma companhia da qual a gigante japonesa já tem participação.

Continua após a publicidade

O valor de mercado estimado da EMI é de US$ 4,75 bilhões. Com isso, você deve estar estranhando o valor pago, de “apenas” US$ 2,3 bilhões. Isso se deve ao fato de a Sony já ser uma das maiores acionistas da gravadora, tendo uma parcela de 30%, e direito a poder de voto; com a compra, agora ela é dona de quase 90% do negócio, assumindo controle total sobre todo o processo decisório e gerencial do selo.

A Mubadala Investment Company será a responsável pela venda da parcela. A companhia de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, comemorou a negociação afirmando que ela é o apogeu de um trabalho que já vem sendo realizado há anos, quando a própria companhia facilitou o ingresso da Sony entre os grandes investidores da EMI, tendo também trabalhado com ela no gerenciamento e divisão dos royalties.

A EMI é uma das gigantes do mercado fonográfico a ter contratos diretos com serviços com Spotify, Apple Music, Deezer e outros, no que toca o pagamento de direitos autorais. Não apenas os próprios músicos são agenciados pela gravadora, como também os compositores, o que aumenta os pagamentos e, claro, os lucros oriundos de parcerias desse tipo.

Continua após a publicidade

Com o negócio, a companhia também se torna a maior gravadora do planeta, controlando um market share de 26% do mercado global. Desse total, a fatia da EMI é de 15%, com a compra representando, também, um significativo crescimento de participação para a Sony, que passa a controlar um quarto do setor – com isso, claro, vem mais poder de barganha para obtenção de acordos melhores relacionados aos royalties.

O foco em conteúdo exibido pela Sony vem aparecendo desde o início deste mês, quando a empresa anunciou a aquisição de parte da Peanuts Company, responsável pelas histórias de Snoopy e Charlie Brown. Mais uma vez de olho na produção de conteúdo e licenciamento, a gigante japonesa comprou uma parcela de 39% da empresa, pagando US$ 185 milhões por ela e ganhando poder de voto em sua organização interna.

Falando em conferência, na qual anunciou a compra da EMI e comentou a aquisição da Peanuts Company, Yoshida disse que o plano de negócios é reduzir o fluxo instável de caixa – oriundo da venda sazonal de jogos de videogame, por exemplo – e aumentar a entrada contínua de dinheiro, algo fomentado pelos ganhos com royalties a partir de suas propriedades intelectuais.

A ideia final é que o fluxo de caixa da companhia tenha um aumento de, pelo menos, US$ 18 milhões ao longo dos próximos três anos, mais do que o triplo do crescimento em números registrados desde 2015. Os sensores de imagem, principal pilar do segmento de hardware da empresa e com crescimento previsto na onda dos veículos autônomos, devem continuar como tal, permanecendo ao lado dos games como os maiores responsáveis pelo faturamento da Sony.

Continua após a publicidade

As boas notícias, entretanto, não foram suficientes para segurarem as ações da companhia. Os papéis apresentaram uma queda de 1,97% por conta da expectativa de quedas nos lucros oriundos do setor PlayStation, que devem ter queda de, pelo menos, 11% no atual ano fiscal, que se encerra em março de 2019, por conta da aproximação do fim do ciclo de vida esperado do PS4.

Isso se deve ao fato de a plataforma ter sido um dos apoios do ressurgimento da Sony, usado por Hirai para permitir que a companhia retomasse os rumos. É uma das marcas mais tradicionais da empresa e, também, uma das mais queridas pelos japoneses – é claro que uma notícia dessas, enquanto ainda não existem confirmações sobre um sucessor, que todos sabem que virá, mas ainda não é conhecido, vai gerar certa incerteza e temor.

Fonte: Reuters