YouTube Shopping: afiliados poderão marcar produtos nos vídeos no Brasil
Por Claudio Yuge |

O YouTube confirmou nesta semana em seu evento anual Made on YouTube em Nova York, a chegada do Programa de Afiliados do YouTube Shopping ao Brasil, um recurso que permitirá criadores de conteúdo elegíveis marcar produtos em vídeos, shorts e lives, ganhando comissão sobre as vendas realizadas.
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O novo programa oferece uma fonte de monetização adicional que independe exclusivamente de anúncios ou patrocínios. Com grande potencial de crescimento no alcance via shorts, lives e colaborações, o YouTube Shopping também ajuda a reduzir barreiras logísticas, pois, em vez de depender de links externos ou bios, a marcação de produtos será feita diretamente nos conteúdos.
Para as marcas, o canal de venda via criadores ganha formalização, com métricas, relatórios e possibilidade de alcance mais orgânico. Contudo, as empresas precisam, adequar catálogos compatíveis e definir políticas de comissões.
A ferramenta está “em processo de lançamento”, ou seja, ainda não há data definida para início efetivo no país, mas já foi anunciada como parte da expansão global do YouTube Shopping. O ecossistema global do proghrama já conta com mais de 500 mil criadores, e o volume bruto de mercadorias (GMV) gerado pelas vendas via Shopping cresceu cinco vezes em comparação ao ano anterior em mercados onde o recurso já estava ativo.
O anúncio do YouTube vem cerca de quatro meses depois de o TikTok Shop iniciar operações no Brasil. O TikTok tem sido visto como um player importante no varejo digital, especialmente nos segmentos de moda e beleza, e já há estudos estimando que ele possa representar entre 5% e 9% do comércio eletrônico brasileiro até 2028, com volume de até R$ 39 bilhões em GMV.
Novas ferramentas associadas
Além do programa de afiliados, o YouTube anunciou uma série de complementos e recursos globais, muitos dos quais também devem impactar o Brasil:
- Lives com chat unificado: criadores poderão transmitir simultaneamente nos formatos horizontal e vertical, com espectadores de dispositivos diferentes participando do mesmo chat;
- Shorts automáticos a partir de lives: os melhores momentos das transmissões poderão virar Shorts via sugestões automáticas da plataforma;
- Dublagem automática com sincronização labial: recurso de tradução/dublagem de vídeos (já presente em outros idiomas) será aprimorado para uma entrega mais natural;
- Ferramentas de colaboração (Collabs): possibilidade de vários criadores participarem de um mesmo vídeo para ampliar alcance conjunto;
- Proteção com IA: tecnologia para detecção de semelhança (uso indevido de imagem) e remoção de vídeos que não autorizem o uso do rosto do criador.
YouTube ainda precisa definir algumas questões
A ausência de uma data estipulada para o lançamento do YouTube Shopping no Brasil provavelmente se deve a algumas questões que continuam em aberto. Até o momento, por exemplo, o YouTube não divulgou qual será o percentual de comissão que criadores receberão sobre vendas originadas pelos links marcados no território nacional.
Além disso, embora haja menção a redirecionamento para "loja parceira", não foi confirmado quais varejistas ou plataformas participarão do programa no Brasil. Para completar, não há ainda clareza sobre quais critérios os canais terão de cumprir para aderir ao programa (número de inscritos, categoria de conteúdo, histórico de monetização, etc.).
Questões que devem ser esclarecidas muito em breve, já que o TikTok Shop avança com velocidade no Brasil e o YouTube certamente está em uma corrida para estabelecer competitividade com a plataforma concorrente.
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