Shopee encerra suas operações na Índia "devido a incertezas do mercado"
Por Munique Shih | Editado por Claudio Yuge | 29 de Março de 2022 às 23h00
Com apenas alguns meses de operação na Índia, a singapurense Shopee decidiu encerrar suas operações no país na última segunda-feira (28). Segundo a empresa, foi devido à incerteza do mercado global, no entanto, a Reuters afirma que ela estava com fracas perspectivas de crescimento no mercado indiano.
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De acordo com outros relatos, também há especulações de que a saída da Shopee da Índia está relacionada à proibição do jogo Free Fire do Sea Group pelo do governo indiano. O jogo foi um dos 54 apps banidos na Índia, por apresentarem risco a segurança nacional por supostamente enviarem dados dos usuários para servidores na China.
O próprio Sea Group confirmou que o encerramento das operações da Shopee na Índia não teve relação com a proibição do jogo Free Fire. Porém, uma fonte próxima a empresa informou que a saída da empresa do mercado indiano foi motivada em parte por uma pressão regulatória que tem aumentado nos últimos meses com o banimento dos jogos.
Segundo a analista do Citi, Alicia Yap, não há evidências claras de que a decisão da Shopee de fechar na Índia foi devido à pressão do governo local ou outros fatores operacionais.
O valor de mercado da Sea Group durante a operação da Shopee na Índia, que iniciou em meados de outubro de 2021, era de US$ 200 bilhões (R$ 1 trilhão). Porém, caiu para US$ 64,76 bilhões (R$ 309 bilhões) desde então.
Durante sua estreia na Índia, a Shopee recrutou vendedores locais para lançar o site e o aplicativo Shopee. No entanto, o mercado na Índia já era dominado pela Amazon e Flipkart, outro fator que pode ter sido uma dificuldade para a empresa.
Fontes citadas pela Reuters disseram que a Shopee planejava investir até US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) na Índia e com a saída da empresa do país, as empresas de logística locais que haviam assinado contratos de cooperação foram impactadas.
Com base no comunicado da empresa, a Shopee Índia deixará de funcionar a partir desta terça-feira (29). Dessa forma, os clientes não poderão mais fazer compras a partir desta data. Quanto às liquidações de pagamentos, reembolsos e outros serão processados até 30 de maio.
A Índia foi um dos mercados mais importantes para a Sea, juntamente com o México e o Brasil. Com o encerramento das operações na Índia, é provável que a big tech foque ainda mais nos outros dois mercados, trazendo ainda mais concorrência para outros marketplaces como o Mercado Livre, por exemplo.
Fonte: Reuters