Salários de trainee em tecnologia superam R$ 9 mil no Brasil em 2025
Por Marcelo Fischer Salvatico |

O setor de Tecnologia é o que paga os maiores salários no país e um dos que mais contratam. O dado vem do Guia Salarial de Trainee no Brasil 2025, da Companhia de Estágios.
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O estudo analisou 65 programas trainee entre janeiro de 2024 e agosto de 2025, e apontou que a área de tecnologia concentra 15,4% do total de vagas oferecidas no país.
Além disso, o setor se destaca também por pagar altos salários, que podem chegar até a faixa dos R$ 9.066,00 mensais, de acordo com o levantamento.
Em seguida vem o Varejo, segundo setor com mais vagas, com 9,2% dos programas, e também em faixa de salário, de R$ 8.600,00.
Ao todo, a média salarial dos programas analisados ficou em R$ 7.376,00, valor significativamente acima do número registrado na edição anterior do estudo, em 2023, que ficou em R$ 6.050,69.
Setores em alta e a demanda por competências digitais
O estudo confirma que os programas de trainee continuam como uma ferramenta essencial para as grandes empresas no desenvolvimento de futuras lideranças, em diversos segmentos da economia.
A liderança de Tecnologia e Varejo é um reflexo direto da estratégia das companhias em atrair e reter talentos com formação atualizada.
De acordo com o estudo, cerca de 41,8% das vagas de trainee exigem explicitamente competências digitais.
Essa busca por profissionais com conhecimento em inteligência artificial (IA) e análise de dados é evidenciada pelo próprio mercado. Empresas de soluções digitais, como a AMcom, têm procurado cientistas de dados com foco em IA e especialistas em diferentes linguagens de programação, por exemplo.
Qualificação é chave para o futuro
O aumento da demanda pelas habilidades digitais e a alta remuneração no setor tech se conectam com o panorama de constante transformação do mercado.
A IA, que em alguns casos tem causado redução de pessoal em grandes empresas como recentemente em Amazon, Microsoft e Meta, é, ao mesmo tempo, uma força de criação de novas carreiras.
Em entrevista ao Canaltech, o professor John Paul Lima, diretor dos cursos de graduação da FIAP, afirmou que a IA, apesar de substituir algumas posições, é vetor de novas oportunidades. E, neste cenário, a qualificação contínua se torna um diferencial competitivo.
O especialista reforça que a preparação não deve ser superficial, mas profunda, para que o profissional se mantenha relevante.
“Todo mundo deveria ter um estudo, um mindset voltado à criação de prompts, todo mundo, mas não só na superficialidade, eu preciso também ser profundo para que a gente consiga realmente gerar riqueza e gerar novas soluções”, afirma o professor.
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