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O que é o real digital?

Por| Editado por Claudio Yuge | 05 de Setembro de 2022 às 15h46

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Joel santana Joelfotos/Pixabay
Joel santana Joelfotos/Pixabay

Nesta segunda-feira (5), o Banco Central inicia os testes do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas do real digital: o LIFT Challenge. Nesta etapa, serão levantadas questões relativas à implantação da moeda digital, visando desenvolver um produto minimamente viável (MVP) que atenda ao foco do projeto.

A novidade faz parte do processo do BC de digitalização da economia brasileira para acompanhar os avanços tecnológicos e se preparar para a Web 3.0, nova fase da internet baseada em blockchain — sistema de registros em cadeia. Mas o que é real digital? Como essa moeda se difere do real atual? Confira essas e outras questões no artigo, a seguir.

O que é o real digital?

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O real digital é uma Central Bank Digital Currency (CBDC), ou Moeda Digital Emitida pelo Banco Central, que visa digitalizar processos cotidianos. A moeda brasileira vai facilitar transações financeiras no ambiente virtual, sem que o dinheiro físico esteja envolvido nas operações.

O LIFT Challenge Real reúne um público qualificado de participantes do mercado que avaliarão os casos de uso e viabilidade tecnológica da nova moeda. Conforme os resultados dos testes, a fase piloto com participação de parte da população deverá ser iniciada em 2023.

Como o real digital vai funcionar?

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A CBDC brasileira será utilizada através de uma carteira digital que será de responsabilidade de outro banco, ou instituição financeira, autorizado pelo Banco Central. A moeda poderá ser utilizada em qualquer lugar do mundo, sem a necessidade de conversão — estimulando a inovação da economia e inibição da lavagem de dinheiro.

A novidade também permitirá contratos financeiros mais eficientes através da blockchain. Segundo o Banco Central, além dos novos usos de utilização do dinheiro exclusivos do real digital, os atuais meios também estarão disponíveis, como PIX, saque de dinheiro, pagamentos e transferências no geral.

Qual a diferença entre o real digital e a atual moeda?

Se os processos são os mesmos, qual é a diferença entre o real digital e o dinheiro que está na conta e não é físico? Independente de onde esteja depositada, a moeda virtual é de total responsabilidade do Banco Central — enquanto o dinheiro atual é de responsabilidade da instituição financeira onde você possui uma conta.

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A principal diferença, porém, está no objetivo do real digital de estimular novos modelos de negócios em uma economia digital. A incorporação de contratos inteligentes e outras tecnologias (como a Internet das Coisas), permitem maior flexibilidade do uso do dinheiro, estando mais adequado a suprir as necessidades dos consumidores com custos menores.

Como o real digital se diferencia das demais criptomoedas?

Considerando que as criptomoedas possuem uma gestão descentralizada, o real digital será fiscalizado e emitido pelo Banco Central, da mesma maneira que o real convencional. Outra importante característica é que as criptomoedas são ativos no mercado financeiro, enquanto o real digital é uma moeda nacional.

Dessa forma, será possível realizar todas as atividades que o real físico pode — como pagar uma conta do supermercado —, enquanto isso ainda não é aceito com o bitcoin e demais criptomoedas.

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Impactos positivos e a Web3

Em entrevista ao G1, o coordenador do real digital no BC, Fábio Araújo, disse que a moeda virtual é a expressão do real (R$) dentro do ambiente de finanças no Web3. Segundo ele, os sistemas atuais, onde são feitos os registros do PIX, ou depósitos bancários, são sistemas centralizados e por isso ficam de fora das blockchains — onde estão os ativos digitais.

Araújo ainda aponta que o início da rede 5G de telefonia favorecerá as novas tecnologias. Para ele, ao reduzir custos e aumentar a agilidade, abre-se o potencial para a criação de novos negócios, assim como aconteceu com o PIX.

O Banco Central planeja que a moeda virtual ajude a baratear custos de operações bancárias e aumentar a inclusão dos consumidores no novo mercado financeiro. O economista completa dizendo que espera "trazer pro mercado de crédito e investimento pessoas que hoje estão fora desse mercado. Que você tenha um ganho de eficiência para poder levar produtos para uma parcela maior da população brasileira".