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Metaverso: Meta chegou a pagar US$ 1 milhão para desenvolvedores

Por| Editado por Claudio Yuge | 10 de Abril de 2023 às 20h00

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Reprodução/Freepik
Reprodução/Freepik

Durante os últimos anos, a Meta investiu pesado no metaverso — uma ideia de futuro na qual pessoas poderiam trabalhar, se entreter e fazer compras em um mundo digital imersivo através da realidade virtual (VR). Enquanto realizava cortes expressivos na sua força de trabalho, o que a empresa não disse é que estava pagando salários exorbitantes para transformar essa visão em realidade.

A empresa investiu em programadores capazes de criar jogos, aplicativos e tecnologia baseados em realidade virtual com compensações desde US$ 600 mil (R$ 3 milhões) a pacotes que chegam a US$ 1 milhão (R$ 5 milhões). Essas informações foram obtidas pelo The Washington Post através de pessoas familiarizadas com o assunto que falaram sob condição de anonimato.

Segundo Patrick McAdams, presidente-executivo da empresa de recrutamento Andiamo, a empresa-mãe do Facebook está "pagando significativamente mais do que muitas empresas de jogos". Um ex-recrutador da Meta, afirmou que os salários altos para os desenvolvedores não era algo exclusivo, mas que a empresa paga "muito acima" em muitas funções. “Se fizéssemos uma oferta… não havia muita concorrência”, afirmou.

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Os pacotes de compensação, porém, representam apenas uma fatia do investimento multibilionário que a empresa fez para o metaverso. Em 2021, Mark Zuckerberg mudou o nome da empresa de Facebook para Meta para refletir as suas ambições de que a sua plataforma de realidade virtual se tornaria a próxima grande fase da computação — mudando a maneira como nos comunicamos e interagimos na internet.

Demissões em massa e reestruturação

Em pouco mais de cinco meses, a Meta anunciou o corte de 21 mil funcionários — equivalente a cerca de 25% da empresa. Após registrar um prejuízo de US$ 12 bilhões (R$ 60 bilhões), a empresa anunciou uma reestruturação que pode durar até o final de 2023, que foi intitulado como "Ano da Eficiência da Meta".

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Atualmente, a Meta está enfrentando graves desafios com a sua principal fonte de renda: a publicidade digital. Além da forte concorrência do TikTok, a empresa ainda precisou lidar com as novas regras de privacidade da Apple e um mercado instável, devido a guerra na Ucrânia e uma inflação desenfreada. Todos esses aspectos reduziram os gastos com anúncios nas redes sociais.

“Acho que os gastos estonteantes no metaverso complicaram os problemas de execução e estratégia que o Facebook estava enfrentando em um macroambiente volátil”, disse Dan Ives, analista financeiro da Wedbush Securities, para o TWP. “Os ventos contrários da mídia digital foram exacerbados porque a empresa estava gastando em 30 a 40 projetos diferentes, muitos dos quais não estavam em torno da mídia social.”

Gastos exacerbados e iniciativas ambiciosas

No ano passado, a empresa lançou um fone de ouvido com realidade virtual, o Quest Pro, que era direcionado para trabalhadores corporativos e empresas como uma ferramenta de colaboração. Além disso, a empresa está investindo em pesquisas para melhorar a tecnologia subjacente para tornar a experiência no metaverso mais realista e comprou sete estúdios de VR para melhorar os seus aplicativos.

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Outra iniciativa ambiciosa da Meta é a criação de óculos capazes de projetar imagens computadorizadas no mundo real e pesquisas que tornem o mundo físico e o mundo virtual "indistinguíveis". Segundo o site Levels.fyi, que acompanha os salários na indústria de tecnologia, os desenvolvedores da Meta recebiam uma média de US$ 538,8 mil ao ano, enquanto Apple e Google pagavam US$ 495,4 mil (R$ 2,5 milhões) e US$ 440 mil (R$ 2 milhões), respectivamente.

Segundo um executivo de uma empresa menor de jogos disse que perdeu a oportunidade de contratar um desenvolvedor sênior, pois o candidato teria recebido uma oferta de US$ 800 mil (R$ 4 milhões) por ano, tendo a oportunidade de ganhar até US$ 1 milhão (R$ 5 milhões), caso recebesse o bônus de alto desempenho.

“Esse candidato era um sênior [desenvolvedor que não tinha] experiência super única [ou] habilidades”, disse o executivo, que manteve sua identidade anônima. “O Facebook estava fazendo coisas muito loucas há um ano.”