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Mesmo sob proibição, China reaparece como 2º maior criptominerador do mundo

Por  • Editado por Claudio Yuge | 

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Reprodução/André François McKenzie/Unsplash
Reprodução/André François McKenzie/Unsplash

A China baniu as criptomoedas no ano passado para reduzir crimes financeiros e prevenir a instabilidade econômica, porém a atividade não diminuiu mesmo com a proibição, segundo uma pesquisa da Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index (CBECI) — que monitora uma estimativa do consumo total de eletricidade da rede Bitcoin em tempo real.

Segundo a pesquisa, o país só perde para os EUA na mineração de Bitcoins atualmente. Até dezembro de 2021, a China ainda acomodava 21% da taxa total de Bitcoins minerados globalmente, mesmo depois do banimento das criptomoedas em setembro do ano passado.

Com isso, a China atualmente ocupa o segundo lugar no ranking de maiores centros de mineração do Bitcoin, ficando atrás apenas dos Estados Unidos que conta com aproximadamente 38% da taxa total de hash — que mede o poder computacional de uma máquina — do Bitcoin.

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Em 2019, a China ocupava o primeiro lugar no ranking mundial de mineração do Bitcoin com uma taxa de 75% da taxa total de hash da moeda digital. No entanto, o volume caiu para 0% durante os meses de julho e agosto de 2021, após a forte repressão de Pequim em relação às criptomoedas.

Quando as criptomoedas foram proibidas no país asiático, Pequim adotou medidas punitivas para aqueles que continuassem as atividades de mineração, como o aumento da conta de eletricidade, por exemplo.

Contudo, o aumento repentino da mineração de Bitcoins em setembro de 2021, mostra que os mineradores podem estar operando secretamente por meio de serviços de proxy estrangeiros e com eletricidade fora da rede para evitar a identificação e o escrutínio das autoridades.

“Nossos dados confirmam empiricamente as alegações de especialistas do setor de que a mineração de Bitcoin ainda está em andamento no país. Embora a mineração na China esteja longe de seus níveis anteriores, o país ainda parece hospedar cerca de um quinto da taxa total de hash”, disse o líder do projeto CBECI, Alexander Neumueller, ao Cointelegraph.

Dados da pesquisa também mostram que diversos mineradores migraram suas atividades para o Cazaquistão após a proibição de criptomoedas na China, porém a taxa de mineração do país, que atingiu mais de 18% em agosto do ano passado, diminuiu para 13,2% em janeiro deste ano.

O que está por trás da proibição de criptomoedas na China?

A proibição das criptomoedas na China ocorre em meio a temores das autoridades de que as criptomoedas facilitem a fuga de capital de seus mercados, apesar das restrições convencionais.

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A repressão aos criptoativos faz parte de uma nova tendência na política econômica chinesa em direção a uma maior intervenção estatal, representada pela campanha de “prosperidade comum”.

A campanha se refere à ideia de que a China deverá buscar um tipo de desenvolvimento fundamentado principalmente na eliminação da pobreza, na diminuição da desigualdade social e na distribuição de renda.

E para Pequim, as criptomoedas são um meio que facilita crimes financeiros e representam um risco para a estabilidade financeira da China por serem uma fonte de operações altamente especulativas.

Com base em dados da Chainalysis Blockchain, entre os anos de 2019 e 2020 mais de US$ 50 bilhões (R$ 246 bilhões) em criptomoedas deixaram contas do leste asiático para áreas fora da região.

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Segundo as autoridades chinesas, a China pretende reprimir e controlar a fuga de capitais — que ocorrem por meio de investimentos externos — e incentivar a circulação interna da riqueza dos cidadãos do país através dessa nova campanha.

Porém, ao que parece, a tarefa será mais difícil, caso os ricos encontrem formas de contornar os controles de capital rígidos do país por meio de bolsas de criptomoedas offshore e aquisições de ativos no exterior.

Fonte: cointelegraph,weforum