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Como as redes sociais podem ajudar na saúde mental das pessoas?

Por| 22 de Abril de 2016 às 11h10

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Como as redes sociais podem ajudar na saúde mental das pessoas?
Como as redes sociais podem ajudar na saúde mental das pessoas?

Diversas pesquisas têm tratado das influências do uso excessivo da internet na saúde mental das pessoas, mas o tema da rede de apoio que pode ser formada na internet entre os que sofrem de transtornos mentais ainda é pouco explorado, e esse será o assunto pelo qual caminharemos.

Cientistas falam constantemente que o uso das redes sociais pode estar ligado a sintomas de depressão, ansiedade e baixa autoestima, mas ainda não foi possível compreender se a imersão na internet é causa ou consequência dos sintomas. Por outro lado, pode-se perceber a existência de centenas de comunidades no Facebook e canais no YouTube criados para ser um espaço de apoio para quem passa por essas dificuldades, o que mostra que há dois lados na mesma moeda.

Infelizmente, ainda hoje a questão da saúde mental é tabu na sociedade. Mesmo com pesquisas e conhecimentos sendo amplamente divulgados, as pessoas ainda tendem a lidar de forma negativa com isso: muitas vezes quem sofre de doenças como depressão e síndrome do pânico são consideradas "loucas", e outros tantos tratam o problema como se fosse "frescura".

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O fato é que, diante desses julgamentos e preconceitos - que frequentemente vêm de amigos e familiares -, os sujeitos que estão em sofrimento acabam por ficar sem uma rede de apoio, o que influencia diretamente não só na recuperação da qualidade de vida, mas também na piora dos sintomas.

Com o avanço da tecnologia e a ampla difusão das redes sociais, diversas pessoas têm utilizado o ambiente da internet como fonte de apoio e aprendizado sobre seu próprio sofrimento psíquico. Muitos dos que sofrem com a síndrome do pânico e a depressão, por exemplo, deixam de sair de casa, gerando um completo afastamento social, que pode se tornar mais uma fonte de angústia. Dessa forma, comunidades no Facebook, blogs e canais no YouTube têm auxiliado no processo de aceitação e melhora da doença.

A internet como ambiente de acolhimento

Para entender de que forma essas plataformas têm contribuído para o alívio do sofrimento, conversamos com Vanessa Freitas, que lida com a síndrome do pânico há mais de 10 anos e que recentemente criou um canal no YouTube para falar sobre a doença.

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Os principais objetivos da youtuber são a conscientização dos indivíduos sobre a existência dos transtornos psicológicos e a luta para que os preconceitos deixem de existir. "Eu senti a necessidade de levantar uma bandeira com relação ao melhor esclarecimento sobre as doenças, porque, por experiência própria, a gente sofre muito preconceito".

Visando essa conquista, Vanessa discute no canal a importância do tratamento e a necessidade de respeitar quem está passando pelo problema. Além disso, o canal busca servir como um ambiente de desmistificação para as próprias pessoas que sofrem de doenças e que não têm com quem contar. Naturalizar os transtornos faz com que os usuários da rede possam se sentir enquanto pertencentes a um grupo, mesmo que virtualmente, afinal uma rede fortalecida auxilia o indivíduo no enfrentamento das situações mais adversas.

Vanessa diz que uma das razões do canal é mostrar para seus seguidores que eles não estão sozinhos. "Eu acho que o canal foi uma ponte bem importante para que outras pessoas conseguissem inclusive se abrir para o próprio entendimento, e para mim essa é a coisa mais gratificante". Depois da criação do espaço no site, muitos conhecidos da youtuber também resolveram sair do silêncio para construir um ambiente de apoio mútuo e de compartilhamento de experiências.

Os suportes sociais recebidos e percebidos por quem sofre dessas doenças são fundamentais para a promoção da saúde mental. Sobre o assunto, a especialista afirma que "a tecnologia favoreceu muito um apoio que às vezes as pessoas não têm, e esse tipo de tecnologia consegue atuar de uma forma bastante eficiente nesses casos".

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As relações que se formam por meio dessas ferramentas são bastante íntimas, pois não é raro que os usuários contem as suas maiores angústias dentro de comunidades online como tentativa de enfrentar as dificuldades do dia a dia e como forma de receber a força necessária para lutar contra o sofrimento. Saber que existem outros que passam por situações semelhantes gera a identificação empática, gerando laços que ultrapassam o ambiente virtual.

É evidente que todas essas possibilidades são capazes de fazer a diferença na vida de quem enfrenta os medos e consegue formar essas redes, mas é imprescindível ressaltar, por fim, que muitas vezes a recuperação não é possível de ser conseguida solitariamente ou com grupos de apoio. Para a maioria dos casos é necessária a intervenção profissional de psicólogos e psiquiatras, que estão preparados para lidar com os casos. A depressão e a síndrome do pânico são doenças que merecem atenção e tratamento especializado.