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Boeing vai suspender produção dos 737 MAX em janeiro de 2020

Por| 17 de Dezembro de 2019 às 11h35

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Depois de ser notificada pela FAA (Federal Aviation Administration, ou Admnistração Federal de Aviação, na tradução livre) de que não poderia voltar a fabricar - e consequentemente operar - as aeronaves 737 MAX este ano, a Boeing optou por tomar uma medida drástica e que pode balançar o mercado: suspender a fabricação das aeronaves a partir de janeiro de 2020.

A decisão da Boeing é o capítulo mais emblemático da crise dos 737 MAX desde os acidentes que culminaram com este problema para a fabricante. Para quem não se lembra, no fim de 2018 e no começo de 2019 aconteceram dois desastres — um na Etiópia e outro na Indonésia — que colocaram o até então mais econômico avião da Boeing em xeque, tudo por causa do sistema MCAS, que visava dar mais segurança nas viagens, mas que acabou por ocasionar os dois acidentes fatais.

A medida deve repercutir na cadeia de suprimentos da gigante aeroespacial e na economia em geral, além, é claro, de trazer mais problemas para as companhias aéreas, que perderam centenas de milhões de dólares e cancelaram milhares de voos sem os aviões.

A Boeing disse que não planeja demitir ou dispensar trabalhadores na fábrica de Renton, Washington, onde o 737 MAX é fabricado, durante a pausa na produção. Alguns dos 12 mil trabalhadores serão temporariamente transferidos para outras plantas para auxiliar na fabricação de outras aeronaves.

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Não está claro, porém, até quando a Boeing irá paralisar a produção dessa aeronave. A expectativa de analistas é de que a gigante aerospacial mantenha as plantas do 737 MAX paradas até que a FAA autorize sua operação. As companhias aéreas dos EUA retiraram os aviões de operação até, pelo menos, março. A American Airlines, uma das maiores clientes da Boeing, disse que não espera pilotar os aviões antes de abril. A GOL é a única empresa aérea do Brasil que operava esse avião, além de ter mais unidades encomendadas.

Veja parte do comunicado da Boeing:

“Sabemos que o processo de aprovação do retorno ao serviço do 737 Max e de determinação de requisitos de treinamento apropriados deve ser extraordinariamente completo e robusto, para garantir que nossos reguladores, clientes e o público confiem nas atualizações do 737 Max. A FAA e as autoridades reguladoras globais determinam o cronograma para a certificação e o retorno ao serviço. Continuamos totalmente comprometidos em apoiar esse processo. É nosso dever garantir que todos os requisitos sejam cumpridos e que todas as perguntas de nossos reguladores sejam respondidas”.

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A Boeing havia alertado seus investidores que poderia cortar ou suspender ainda mais a produção dos aviões se a proibição de voos durasse mais do que o esperado — como ocorreu. A fabricante reduziu a produção em 20% em abril, para 42 por mês, depois que os reguladores ordenaram que as companhias aéreas parassem de pilotar os aviões.

Quase 400 aviões 737 Max estavam em frotas globais quando os reguladores decidiram que essas aeronaves deveriam ficar aterradas. Desde então, a Boeing produziu cerca de 400 outros aviões, que estão estacionados em suas instalações no estado de Washington e em outros lugares. A proibição, agora em seu décimo mês, impediu a Boeing de entregar aviões aos clientes, e a empresa disse que interromper a produção ajudaria a entregar os aviões armazenados quando o aterramento for levantado.

Ações

As ações da Boeing, que chegaram a cair mais de 4% durante o dia, terminaram com queda de 1% nas negociações após o expediente. A Spirit AeroSystems, que fabrica fuselagens para o 737 Max, também caiu mais de 4%.

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Os demais fornecedores não tiveram efeito aparente.

Fonte: CNBC, The Wall Street Journal