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Banco Central pode liberar saque em dinheiro nas lojas com o Pix em junho

Por| 17 de Fevereiro de 2021 às 19h10

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Canaltech (Mockup: Freepik)
Canaltech (Mockup: Freepik)

A partir de junho desse ano, usuários do Pix devem ter à disposição a possibilidade de realizar saques em dinheiro em espécie no comércio brasileiro. A informação foi divulgada pelo Banco Central (BC) - que desenvolveu a plataforma de pagamentos e transferências - ao site do UOL Economia.

A disponibilidade da função de saque por meio do Pix para este ano já havia sido adiantada pelo BC em junho de 2020, com sua chegada às lojas para este ano confirmada em agosto último, pelo diretor da Organização do Sistema Financeiro da autoridade bancária, João Manoel Pinho de Mello.

Segundo a instituição, a operação de saque será semelhante ao de uma compra tradicional: ao chegar no caixa de um estabelecimento autorizado, o consumidor deve informar que deseja efetuar uma retirada em dinheiro por meio do Pix. Dessa forma, o atendente escolhe tal opção na máquina de cartão, que exibirá um QR Code na tela. A seguir, o usuário usa o smartphone para ler esse código e realizar o pagamento da quantia que ele deseja sacar em espécie, mais a tarifa cobrada pelo procedimento. Confirmada a operação, o atendente separa o dinheiro do caixa e entrega ao cliente.

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Além de diminuir os custos de manejo, o BC espera que essa funcionalidade diminua a dependência do consumidor em relação aos caixas eletrônicos para ter acesso ao dinheiro em espécie, uma vez que esses terminais tem distribuição deficiente em muitos pontos do Brasil. Além disso, ainda que o BC não tenha confirmado, a tendência é que as tarifas de saque sejam menores que as cobradas pelo sistema bancário do país.

Além disso, o saque com o Pix representaria mais segurança para os lojistas, uma vez que eles não precisariam manter grandes quantias de dinheiro em caixa, bem como reduziriam as idas aos bancos para realizarem depósitos.

PicPay já tem função de saque

O Pix não será o primeiro sistema a contar com essa funcionalidade em lojas e afins. Em agosto do ano passado, a PicPay anunciou uma parceria com a Brink´s, que permitirá aos usuários da carteira digital realizar saques e depósitos em dinheiro em mais de 230 mil estabelecimentos varejistas, incluindo caixas de supermercados.

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Com a solução, o usuário do PicPay pode realizar saques ou o depósitos nas lojas de varejo que utilizam a rede Brink's Pay - plataforma de gestão financeira para o varejo da Brink´s. O usuário saberá qual loja está disponível pela geolocalização do app. A plataforma da Brinks Pay já é conectada a cerca de 230 mil varejistas em 2.600 cidades de todo o Brasil. A funcionalidade já está funcionando em todos os clientes da Brinks.

No aplicativo do PicPay é disponibilizada ao usuário uma função para que os saques ou depósitos sejam efetuados. Ao clicar nesse campo, o usuário será direcionado para uma tela, que, através da geolocalização, indicará os pontos da rede Brink’s Pay no entorno, onde o serviço está disponível. Então, basta que o usuário se dirija ao caixa do estabelecimento, mostre o QR Code no aplicativo do PicPay e finalize a transação recebendo (se saque) ou entregando (se depósito) o dinheiro físico.


Tanto o saque quanto o depósito são realizados e confirmados por meio da leitura de um QR Code gerado na hora no caixa. A operação de depósito beneficiará principalmente quem costuma receber pagamentos em dinheiro em espécie, como diaristas, vendedores, ajudantes de obras, entre outros: o caixa do varejo poderá receber o dinheiro e transferi-lo para a conta PicPay do usuário.

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"Este movimento ajuda a bancarizar uma população até então desassistida pelas instituições financeiras tradicionais. E também facilita a vida de quem tem conta em banco mas não mora perto de nenhuma agência", afirma Elvis Tinti, diretor comercial do PicPay. "Há cidades pequenas no Brasil que não dispõem de bancos ou caixas eletrônicos (ATMs). O varejo fará esse papel, movimentando a economia dessas regiões com o aumento do fluxo de pessoas no comércio local, como a padaria, a mercearia, a farmácia".

Parcelamento, serviços de telefonia e outros recursos

A expansão de recursos envolvendo a plataforma do BC vem ocorrendo de maneira gradual. Na 12º reunião plenária do Fórum Pix, que aconteceu no último dia 28 de janeiro, foi anunciado que a solução parcelará pagamentos, uma funcionalidade prevista para chegar ainda esse ano. Com o nome de Pix Garantido, ela permitirá que as transações sejam pagas em prestações, a partir de uma operação de crédito e que terá juros.

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Além do parcelamento, o Pix passará também a aceitar pagamentos por aproximação, funcionalidade também prevista para 2021. Ainda durante a reunião do Fórum Pix, ficou acertado que haverá ampliação do uso da ferramenta para pagamento de serviços pós-pagos de telefonia. Até o momento, apenas usuários de serviços pré-pagos se beneficiam da modalidade. A novidade foi anunciada pela Conexis Brasil Digital, nova marca do SindiTelebrasil - entidade que representa empresas de telecomunicações e de conectividade no país. Segundo a associação, a novidade representa a capacidade de atender nada menos que 50% dos clientes que hoje fazem uso de conectividade e telefonia.

Para Pinho de Mello, o avanço do acordo entre o BC e a Conexis também representa ganhos relevantes para as operadoras. “A oferta do PIX irá promover uma redução de custos de arrecadação, uma vez que hoje [as operadoras] precisam fazer convênios com outras empresas para realizar tal atividade”, afirmou. "Ao garantir benefícios para todos os participantes do processo, e por envolver alguns dos principais atores em seus respectivos setores, o avanço do acordo sobre o PIX Cobrança tem potencial de gerar uma dinâmica de pagamentos sem precedentes: de forma simples, rápida e eficiente".

Pix já é mais usado para transferências

Representantes do BC afirmam ainda que o sucesso do Pix vem superando as expectativas da instituição, principalmente em casos de transferência, já que a plataforma já responde por 78% de todas as operações desta modalidade feitas no Brasil.

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Segundo os dados averiguados pelo site 6 Minutos, junto ao BC e a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), entre os dia 1 e 17 de janeiro deste ano, foram efetuadas 87,1 milhões de transferências por meio do Pix no país, o que corresponde a 77,9% do total de transações dessa natureza. Os TEDs ficaram na segunda colocação, com 18 milhões de operações, seguido pelos DOCs, com 6,5 milhões. Para efeito de comparação, o uso do Pix em dezembro do ano passado representava 68,5% do total de transferências.

Ainda de acordo com o levantamento, o valor médio das transferências via Pix é de R$ 700 nos dados parciais de janeiro, um ticket médio 1302% maior do que os TEDs (R$ 49,90).

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Fonte: UOL Economia