Ativos digitais | Saiba o que são e por que novos investidores estão comprando
Por Felipe Gugelmin • Editado por Claudio Yuge |
Divulgado nesta terça-feira (20), um estudo realizado pela empresa de criptomoedas Fidelity Digital Assets mostra que sete a cada dez investidores institucionais pretendem investir em ativos digitais no futuro. Apesar da volatilidade do mercado ainda assustar, mais da metade dos 1,1 mil entrevistados a pedido da Coalition Greenwich entre dezembro de 2020 e abril deste ano afirmaram que já possuem algum investimento digital.
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O crescimento dos investimentos é explicado pelo fato do formato ser capaz de abranger uma gama muito maior de iniciativas, inclusive internacionais. Os ativos digitais também trazem uma maior flexibilidade geográfica: usando um celular ou dispositivo portátil conectado a internet, uma pessoa pode negociar de qualquer lugar do mundo, quebrando barreiras impostas pela localização e até mesmo por moedas nacionais.
O que são ativos digitais?
Ativos digitais podem corresponder a textos, sites, imagens, perfis de empresas em redes sociais e qualquer conteúdo encontrado em plataformas digitais. Geralmente, os maiores investimentos estão relacionados aos ativos digitais financeiros, que podem se referir a bens virtuais centralizados — como as ações de empresas e os pontos de fidelidade localizados em bancos de dados privados — ou criptomoedas.
Nomes como Bitcoin, Dogecoin, Ethereum e Litecoin (entre diversos outros) são especialmente atraentes por sua valorização e segurança. Entre os elementos que destacam esses ativos digitais está o uso da tecnologia blockchain, que registra transações de forma descentralizada e transparente. Todas as compras e transferências são protegidas por criptografia e têm suas informações armazenadas em milhões de computadores, evitando fraudes e gastos duplos.
No mundo financeiro, também são populares os tokens, registros de itens virtuais ou não que podem ser transferidos, comprados e vendidos. Eles se diferenciam das criptomoedas por não representarem as transações financeiras em si, mas também se aproveitam de tecnologias como o blockchain para garantir a segurança, transparência e agilidade nas transações.
Vale notar que as criptomoedas e tokens não correspondem a todo o universo dos ativos digitais — que podem ser blogs, bases de lead, softwares e diversos outros tipos de arquivos. Para que um arquivo seja considerado um ativo digital, ele precisa ser fácil de localizar e acessar, processo geralmente feito com a ajuda de metadados que gerenciam sistemas.
Ao contrário dos ativos tangíveis, que são facilmente quantificáveis e fáceis de exemplificar —pense em um imóvel, um equipamento ou uma ferramenta que você pode vender ou emprestar, por exemplo —, os ativos digitais são mais complexos de quantificar. Por isso, eles demandam mais atenção em seu gerenciamento, especialmente porque muitas vezes elas correspondem aos pontos de contato entre marcas e consumidores.
Quais as vantagens?
O mercado de ativos digitais é especialmente atraente por sua acessibilidade. Ao quebrar barreiras físicas e geográficas, eles permitem que qualquer pessoa se torne um investidor, além de abrir espaço para que mais bens sejam valorizados e negociados — algo que tem atraído a atenção de especialistas e gestores de fundos de investimento.
Os ativos digitais também atraem por reduzirem intermediários, garantindo que processos se tornem mais rápidos e baratos. Outras vantagens incluem uma maior transparência (qualquer pessoa pode consultar o blockchain, por exemplo), mais segurança e a democratização do acesso.
Outro aspecto que chama a atenção é o potencial de valorização, representado principalmente pelas criptomoedas. Segundo a pesquisa conduzida pela Fidelity Digital Assets, 90% das empresas consultadas querem investir nelas nos próximos 5 anos — o Bitcoin, símbolo desse mercado, chegou a se valorizar em 400% antes da atual tendência de queda.
Quais aos desafios?
Como todo mercado novo que atrai uma grande quantidade de investimentos, o segmento dos ativos digitais ainda passa por “dores de crescimento” e é especialmente suscetível a especulações. Segundo uma pesquisa realizada pelo JPMorgan Chase & Co, a flutuação nos preços do Bitcoin faz com que somente 10% das firmas de investimento institucional negociem criptomoedas, e metade delas rotula a moeda digital como “veneno de rato”, acreditando que ela se trata de uma moda passageira.
Situação semelhante afeta o mercado de Non-Fungible Tokens (NFTs) — tokens criptografados usados para autenticar uma peça única na web —, geralmente ligado ao mundo da arte. Após um ânimo inicial, o mercado deu sinais de ter desacelerado no começo de junho, registrando uma queda no número de transações em alguns segmentos.
Apesar da facilidade e segurança que proporcionam, os ativos digitais acompanham ao menos um aspecto dos investimentos tradicionais: eles devem ser bem estudados e não necessariamente trazem garantias de retornos imediatos. Conforme esse segmento cresce e se transforma, novas oportunidades e desafios devem surgir, e é preciso estar ligado neles para realizar investimentos de forma inteligente e responsável.
Fonte: UOL Tilt, Wuzu, Consumidor Moderno, CoinDesk