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Vulcões podem ter trazido a vida de volta à Terra após extinção dos dinossauros

Por| 06 de Julho de 2020 às 16h45

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Reprodução: Richard Bizley/Science Photo Library
Reprodução: Richard Bizley/Science Photo Library

Uma nova hipótese sobre a extinção dos dinossauros vem sendo estudada no Reino Unido. O que se sabe, até então, é que o impacto de um asteroide teria sido o causador do sumiço dessas criaturas. Estudos chegaram a especular que atividades vulcânicas também teriam colaborado para com a tragédia, mas, agora, um novo estudo mostra que a atividade de vulcões não contribuiu para esses efeitos negativos — muito pelo contrário.

O impacto do asteroide em nosso planeta, que resultou na Cratera de Chicxulub, provocou uma terrível explosão de 100 milhões de megatons e, como consequência, afetou a vida na Terra provocando tsunamis e aquecimento de rochas. Há evidências, inclusive, que muitos animais morreram instantaneamente. Com a destruição de rochas carbonáticas, uma enorme quantidade de carbono foi levada à atmosfera, provocando automaticamente um efeito estufa. A poeira do impacto permaneceu no ar por no mínimo uma década, causando o esfriamento da temperatura e encerrando o processo de destruição com 75% da vida na Terra sendo varrida.

As novas informações relacionadas aos vulcões vêm do estudo Asteroid impact, not volcanism, caused the end-Cretaceous dinosaur extinction ("Impacto de asteroide, e não o vulcanismo, causou a extinsão dos dinossauros", em tradução livre), publicado na revista acadêmica Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS). Alessando Chiarenza, do departamento de geociência e engenharia do Imperial College, de Londres, é o principal autor da pesquisa.

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Houve uma atividade vulcânica na época da extinção dos dinossauros, que é conhecida formalmente como Extinção do Cretáceo-Paleogeno (K-Pg). Os Basaltos de Decão, na Índia, são uma das maiores características vulcânicas na Terra e as erupções que as formaram se iniciaram há cerca de 66 milhões de anos, um pouco antes de o asteroide chocar a Terra. O estudo, então, descarta a atividade vulcânica como uma causa ou um fator contribuinte para extinção K-Pgl.

Chiarenza contou à imprensa que o estudo mostrou que o asteroide causou o inverno de impacto por décadas, e que os efeitos provocados no meio ambiente foram cruciais para dizimar os ambientes adequados aos dinossauros. "Em contraste, os efeitos das erupções vulcânicas não foram fortes o suficiente para, substancialmente, interferir nos ecossistemas globais", completa.

O pesquisador diz ainda que o estudo confirma, "quantitativamente pela primeira vez, que a única explicação plausível para a extinção é o inverno de impacto que erradicou os habitats dos dinossauros em todo o mundo". Para chegar a esta conclusão, os cientistas usaram modelos matemáticos poderosos que, combinados com outras informações sobre o ambiente, como chuvas e temperaturas necessárias para que diferentes espécies de dinossauros possam sobreviver.

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Então, a equipe fez o mapeamento dos dados em dois mapas diferentes. O primeiro mapa mostrava as localizações com maiores condições de sobrevivência após o impacto do asteroide, e o segundo exibia a atividade vulcânica massiva após o acontecimento. Os resultados mostraram que somente a queda do asteroide destruiu os habitats dos dinossauros, enquanto os efeitos do vulcão deixaram algumas regiões ainda habitáveis no Equador.

A animação abaixo mostra em vermelho as áreas que permaneceram habitáveis, e em azul as inabitáveis:

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Por mais que os vulcões na Índia tenham enviado poeira e gases para a atmosfera, eles também produziram dióxido de carbono que, a longo prazo, ajudou o planeta a se aquecer mais uma vez. Sendo assim, os vulcões foram os responsáveis a ajudar na recuperação da vida na Terra. "Esse aquecimento induzido pelos vulcões ajudou a aumentar a sobrevivência e recuperação dos animais e das plantas que sobreviveram à extinção, com muitos grupos se expandindo imediatamente, como pássaros e mamíferos", conta Chiarenza.

O sumiço dos dinossauros, no entanto, não foi o evento mais catastrófico já registrado e os vulcões já foram vilões. Há cerca de 252 milhões de anos aconteceu a Extinção do Permiano-Triássico, quando 96% das espécies marinhas e 70% da vida terrestre foram dizimadas, provavelmente por causa por vulcões.

Fonte: Universe Today