Terra está com as maiores temperaturas dos últimos 12 mil anos, revela estudo
Por Natalie Rosa |
Um novo estudo relacionado às mudanças climáticas enfrentadas pela Terra acaba de ser divulgado na revista científica Nature, na última quarta-feira (27), trazendo uma revelação que está longe de ser uma boa notícia. De acordo com a pesquisa, há cerca de 12 mil anos o planeta costumava ser mais frio do que se imaginava, e o aquecimento da atmosfera, devido à ação humana, vem sendo mais anormal que o esperado.
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Com os resultados do estudo, que analisou as temperaturas na superfície do oceano, os cientistas puderam chegar a uma possível resposta em relação a um enigma sobre a temperatura do período Holoceno. De acordo com modelos climáticos atuais, desde o fim da última era glacial, que acabou há 12 mil anos, a Terra vem se aquecendo de forma contínua. No entanto, outros estudos já estimaram também que houve um pico de aquecimento 6 mil anos atrás, seguido de um resfriamento e, então, o aquecimento provocado pela ação humana com a revolução industrial.
Uma das autoras do estudo e pesquisadora do clima, Samantha Bova, conta que a pesquisa traz uma nova reinterpretação da história das mudanças climáticas, mostrando que aquecimento excessivo causado pela ação humana vem aumentando longo dos 150 anos. Porém, a cientista diz que a interpretação de que houve um aquecimento fora do normal há seis mil anos não chega a ser considerada errada, mas representa apenas as mudanças nas temperaturas do verão no hemisfério norte em vez de ser uma média das temperaturas anuais.
"Isso (o estudo) significa que o período moderno de aquecimento global causado por humanos está acelerando o crescimento das temperaturas em todo o mundo, o tornando um território totalmente desconhecido. Ele muda a linha de base e enfatiza o quão crítico é levar o nosso problema a sério", diz Bova. A pesquisadora diz ainda que, mesmo antes da revolução industrial, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera aumentou, mas de forma insignificante em comparação com as emissões atuais.
A pesquisa atual fez a medição da temperatura pela química de conchas minúsculas e compostos de algas que são encontrados em núcleos de sedimentos oceânicos. Antes, acreditava-se que as conchas e os materiais orgânicos representavam um ano inteiro, mas a probabilidade de que eles tivessem se formado durante o verão são mais altas. Foi considerado também o fato de existirem ciclos naturais previsíveis que já acontecem no planeta devido às estranhezas que se passam na órbita da Terra. Essas mudanças, então, podem deixar os verões ainda mais quentes e os invernos mais frios, mudando as temperaturas anuais médias de forma que mínima.
Fonte: Popular Science, The Guardian