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Remover o lixo plástico dos oceanos pode ser mais prejudicial que benéfico

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Março de 2022 às 16h30

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Unsplash/Naja Bertolt Jensen
Unsplash/Naja Bertolt Jensen

As iniciativas que visam remover o lixo plástico dos oceanos podem ser mais prejudiciais ao planeta do que favoráveis, alertam biólogos marinhos. Em parte, porque não adianta limpar os oceanos enquanto um grande fluxo de lixo continua sendo lançado ao mar, mas também porque os navios envolvidos nessa coleta usam toneladas de combustível fóssil.

No mês passado, um grupo de biólogos marinhos suspeitou de um vídeo postado em rede social da organização sem fins lucrativos The Ocean Cleanup. “Este é provavelmente um vídeo encenado”, afirmou Clark Richards, cientista da Bedford Institute of Oceanography, sugerindo que o material não passava de uma “besteira”.

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No vídeo, que dura apenas 25 segundos, uma enorme rede despeja no convés de um navio aproximadamente 3.810 kg de lixo plástico, incluindo peças como baldes e equipamentos de pesca. Esse lixo, segundo a ONG, foi coletado na Grande Ilha de Lixo do Pacífico, localizada na parte norte do Oceano.

Richards e outros biólogos marinhos alegaram que o plástico parecia muito limpo para ter flutuado por um longo tempo no oceano. No mínimo, deveria existir um acúmulo visível de organismos como algas e cracas.

Em resposta, a The Ocean Cleanup alegou que essa parte do oceano não tem nutrientes suficientes para que a vida marinha cresce nesse lixo plástico e, por isso, ele parecia tão limpo. Todo esse debate, levantou outra questão ainda maior: a remoção desse lixo dos oceanos é realmente eficiente?

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É possível limpar os oceanos?

Muitos cientistas que trabalham monitorando os oceanos acreditam que limpar essas grandes extensões de água seja um esforço inútil e até mesmo prejudicial. Os navios usados por inciativas como o The Ocean Cleanup produzem grande poluição ao consumir toneladas de combustível fóssil.

Outro dano à vida marinha produzido por essas redes de “limpeza” é que elas acabam capturando e levando à morte animais como tartarugas marinhas, os quais diversas outras iniciativas trabalham incansavelmente para proteger.

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Esse tipo de limpeza não lança luz no centro de todo o problema: a dependência humana do plástico e o constante fluxo de lixo lançado aos mares pela própria humanidade. “É como limpar o vazamento quando a torneira ainda está aberta”, disse Katie Matthews, cientista-chefe do Ocean.

A medida mais prudente (e, até agora, eficiente) é a reciclagem de todo lixo produzido pela humanidade, de maneira que essa poluição não alcance os oceanos do planeta. Afinal, o lixo não pertence a eles.

Fonte: Vox, Via Futurism