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Raios atingem regiões poluídas com mais frequência

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Šime Barešić/Domínio Público
Šime Barešić/Domínio Público

Mais uma mudança na natureza causada pela atividade humana foi notada por cientistas da Universidade James Madison — a poluição do ar leva a uma maior frequência de raios em tempestades. Os aerossóis e sua ligação com a eletricidade na natureza teve a constatação verificada em ao menos duas cidades dos Estados Unidos.

Foram 12 anos de estudo na capital estadunidense, Washington D.C., e na cidade de Kansas, com mais de 500.000 tempestades de raio observadas. Embora a relação entre os aerossóis e os raios já houvesse sido estudada, relacionar ambos era difícil, já que há muitos elementos atmosféricos envolvidos, o que dificulta conclusões.

Poluição e os raios

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Segundo os geógrafos do estudo, publicado na revista científica Atmospheric Research, a poluição age como o núcleo das nuvens. Ela é levada até as nuvens pelo ar ascendente, onde, então, tanto o ar ascendente quanto o descendente separam suas partículas, dividindo a carga elétrica da nuvem e levando a uma maior produção de raios.

Mais especificamente, os pesquisadores analisaram partículas a nível PM2.5 (matéria a até 2,5 micrômetros de diâmetro) e PM10 (a até 10 micrômetros) no ambiente e compararam o número à atividade das tempestades. Aparentemente, a concentração das partículas possui mais influência do que o seu tamanho.

Embora mais partículas gerem mais raios, segundo a análise, acima de um certo número alto, elas parecem reduzir a quantidade de raios, talvez pela perda de energia interna da tempestade. Muitos outros fatores influenciam, no entanto, de correntes de ar a cobertura de terra da região. Mesmo assim, a variação do estudo entre duas cidades parece corroborar as conclusões tomadas.

Outros achados interessantes mostraram o quão comum eram as tempestades em cada cidade — em ambas as cidades, as quintas-feiras foram as preferidas das tormentas, enquanto as segundas-feiras foram as mais calmas para Washington D.C., contrastando com as sextas-feiras para a cidade de Kansas.

A maior quantidade de energia na atmosfera mostrou ser importante para o número de raios quando a poluição estava em cena. O plano dos pesquisadores, agora, é continuar a pesquisa em diversas outras cidades, analisando como cada região urbana influencia nos raios comparadas com regiões rurais no entorno, por exemplo, bem como estudar outras partes do mundo.

Fonte: Atmospheric Research