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Como sobreviver a um raio? Molhe a cabeça!

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Fevereiro de 2024 às 20h15

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Andre Furtado/pexels
Andre Furtado/pexels

O Brasil, por conta da grande extensão territorial e clima tropical, é um dos países com mais raios no mundo, com até 57 milhões registrados por ano — mesmo assim, as chances de você ser atingido por uma descarga elétrica dessas é baixa, cerca de 1 em 1,5 milhão. Você já deve ter ouvido falar sobre pessoas que sobreviveram a raios, o que não é mera evidência anedótica — mas como é possível sobreviver a algo tão forte?

Foi com essa pergunta na cabeça que cientistas da Universidade Tecnológica de Ilmenau, na Alemanha, se puseram a pesquisar o que poderia influenciar na força da descarga elétrica em meio a tempestades. Os achados foram muito interessantes, revelando que uma cabeça molhada aguenta melhor o impacto de um raio, e, apesar de ser possível sobreviver a um deles direto na cabeça, isso ainda é possível.

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Em média, a taxa de sobrevivência às descargas elétricas que escapam dos para-raios fica entre 70% e 90%, um número curiosamente alto. Embora vários fatores estejam envolvidos, a equipe acredita que a ocorrência de uma superfície “flashover” — definida pelo espalhamento rápido da descarga elétrica pelo corpo — seja a principal ajuda na hora de sobreviver ao fenômeno.

Como sobreviver a um raio

Segundo os cientistas, de forma mais específica, a superfície de flashover é o caminho de descarga ao longo da pele mais externa causado pela alta diferença de voltagem entre o ponto de entrada e o de saída da corrente ao longo do corpo.

A fração mais alta de corrente do raio flui no canal de flashover fora do corpo humana e atinge apenas alguns ampères nos tecidos humanos, ao menos nos estudos teóricos e experimentos — ninguém submeteu um humano a um raio no estudo! Flashovers podem ajudar na sobrevivência, mas nenhum estudo havia observado como a chuva afeta sua formação.

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Os pesquisadores, então, criaram cabeças falsas para testar isso, contendo três camadas para representar o escalpo, o crânio e o cérebro, respectivamente. Seus materiais imitam o tecido humano, e foram sujeitos a 10 cargas elétricas de alta voltagem, uma delas a seco, e as outras após receber um spray de solução levemente salina para imitar a água da chuva.

A maior parte da corrente elétrica, entre 92% e 97%, viajou pela superfície exterior de ambas as “cabeças”, mas diferenças foram vistas na quantidade de corrente penetrando as camadas. Uma quantidade maior de carga chegou à camada do escalpo na cabeça molhada, enquanto o cérebro levou 13% menos corrente elétrica, em média, e 33% menos energia do que a cabeça seca.

As diferenças foram grandes entre a cabeça seca e a cabeça molhada — as secas sofreram mais danos. Os cientistas reconhecem que o estudo teve suas limitações, como a falta de cabelo ou chapéus nas cabeças e o fato de que raios teriam maior amplitude elétrica. Mesmo assim, os resultados foram curiosos e pedem por pesquisas mais aprofundadas, buscando checar se realmente é melhor receber um raio enquanto molhado — embora ninguém queira testar isso na própria pele, é claro.

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Fonte: Scientific Reports