O fungo que parece mão de zumbi: conheça o dedo-de-bruxa
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Existem criaturas verdadeiramente assustadoras na natureza, como alguns peixes que vivem em águas profundas. Outros organismos dão medo por causa das associações criadas pela nossa própria mente, como o fungo dedo-de-bruxa (Xylaria polymorpha), que mais se parece com as mãos de um zumbi saindo do chão.
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Dependendo do formato desta espécie de fungo, de onde ela cresce e do ângulo em que é vista, é muito difícil não enxergar uma mão tentando sair de sua cova clandestina, no meio de uma floresta igualmente sinistra.
O dedo-de-bruxa pode medir entre 2,5 cm e 10 cm, como aponta artigo da Universidade de Wisconsin (EUA). O curioso é que diferente de outras espécies de fungos, como os populares cogumelos, a estrutura dele é bastante rígida, o que ajuda a solidificar ainda mais a imagem de dedos emergindo.
“Dedos de zumbi” em busca de liberdade
O habitat ideal para esta espécie de fungo é a serapilheira, ou seja, a camada de folhas, galhos, casca de madeira e outros materiais orgânicos em decomposição. Isto faz dele um organismo saprotrófico.
Quando o dedo-de-bruxa emerge dessa “matéria morta”, rica em nutrientes para o desenvolvimento, a coloração normal é próxima da azul claro, com as pontas mais esbranquiçadas. Depois, vai escurecendo, ficando quase preto, em “avançado estado de decomposição”.
Fungo dedo-de-bruxa volta à vida?
Enquanto cresce na superfície, o fungo também se expande para baixo, com o desenvolvimento de filamentos fúngicos conhecidos como hifas (algo próximo de uma raiz de árvore). Estas estruturas quase invisíveis podem conferir um poder próximo da imortalidade.
Em alguns casos, os fungos do gênero Xylaria podem sobreviver apenas como hifas, presas nas raízes de árvores, por até 10 anos. Neste período, o dedo-de-bruxa vai “brotar” no momento mais oportuno, como se voltasse à vida, assim como acontece com os zumbis na ficção.
Por isso, vale o conselho de não plantar árvores ou arbustos em um local onde esses “dedos” já foram observados. Afinal, eles podem “voltar à vida”, mesmo se acreditar que foram eliminados.
Fonte: Univerisdade de Wisconsin, Flickr (1) e (2)